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Entenda a situação crítica no sistema de saúde do Paraná

Com o aumento no número de casos da covid-19 o índice de ocupação de leitos atinge patamares preocupantes resultando em listas de espera para internamento

Entenda a situação crítica no sistema de saúde do Paraná
Segundo o diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Saúde, Vinicius Filipak, a disponibilidade de leitos em todo o Paraná é preocupante, com atual cenário de 94% dos leitos de UTI ocupados e 74% de ocupação nos leitos de enfermaria. - Foto: Reprodução/CNN

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (26) o governador Ratinho Jr. decretou lockdown em todo o Estado por oito dias. De acordo com o governador, o Estado está em seu pior período desde o início da pandemia com um possível colapso na saúde à vista.

Segundo o diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Saúde, Vinicius Filipak, a disponibilidade de leitos em todo o Paraná é preocupante, com atual cenário de 94% dos leitos de UTI ocupados e 74% de ocupação nos leitos de enfermaria. O tempo que os pacientes ficam internados também aumentou 11% desde fevereiro. Além disso, Filipak afirmou que 23,1% dos internados não sobrevive. "Mesmo que haja leitos infinitos e suficientes, quem interna tem uma chance grande de ir a óbito”, disse.

Apesar do cenário preocupantem, Filipak afirma que o Estado do Paraná ainda está conseguindo agir rapidamente na abertura de novos leitos, mas os recursos são escassos. “Tivemos um crescimento vertiginoso do número de pacientes com demanda de internação diária nos últimos dias. A curva de ocupação média aumentou em leitos de UTI e enfermarias, acima da previsão pessimista”.

Desde o início da pandemia, em março do ano passado, o Paraná já disponibilizou 3.150 leitos exclusivos para a Covid: 1.285 leitos de UTI e 1.865 de enfermaria.O Estado registra 3.406 pacientes internados para tratamento e 578 pacientes aguardam vaga para internação.

O secretário da Saúde do estado, Beto Preto, anunciou a abertura de novos leitos de UTI e de enfermaria em todo o Paraná. Segundo ele, entre 22 de fevereiro e 1° de março, serão mais 99 leitos de UTI e outros 153 de enfermaria nos seguintes hospitais:

  • Hospital Zona Sul de Londrina: 30 leitos clínicos
  • Hospital Zona Norte de Londrina: 20 leitos clínicos
  • Hospital do Coração de Londrina: 10 leitos de UTI
  • Hospital Bom Jesus de Ivaiporã: 4 leitos de UTI e 4 leitos clínicos
  • Hospital Regional de Ivaiporã: 10 leitos clínicos
  • Hospital Regional de Francisco Beltrão: 6 leitos de UTI
  • Hospital São Pelizzari – Palmas: 3 leitos de UTI
  • Hospital Cruz Vermelha – Castro: 10 leitos de UTI e 25 leitos clínicos
  • Hospital Municipal – Foz do Iguaçu: 20 leitos de UTI e 30 leitos clínicos
  • Hospital Metropolitano – Sarandi: 20 leitos de UTI e 34 leitos clínicos
  • Hospital Santa Rita – Maringá: 5 leitos de UTI
  • Hospital Municipal – Maringá: 10 leitos de UTI
  • Hospital Municipal – Cascavel: 6 leitos de UTI
  • Hospital Regional do Litoral – Paranaguá: 5 leitos de UTI

SOCIEDADE MÉDICA DE MARINGÁ - Diante do cenário preocupante com 100% de ocupação dos leitos de enfermaria nos hospitais particulares de Maringá, representantes da Sociedade Médica de Maringá se reuniram para discutir a situação da cidade.

O presidente da Sociedade Médica, Lucas Eduardo Savoia de Oliveira, disse que a reunião foi convocada porque há risco de colapso no sistema de saúde. “Não é o momento de confraternizar, de reunião, que todos tenhamos paciência. Sabemos que isso já exauriu todo mundo, mas não é o momento de abaixar guarda. A vacinação acabou de começar”, aponta Oliveira.

A superintendente do Hospital Universitário (HU), Elisabete Kobayashi disse, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Maringá, que - até a noite de quaerta-feira (24) - o HU tem 50 pacientes na fila da internação. Não há vagas na UTI e nem na enfermaria.

Durval Francisco do Santos Filho, presidente da Unimed, disse que a situação está um caos. “O pessoal da linha de frente está estressado. A vacina deu uma aliviada, mas os cuidados não acabam. Existe o medo do desconhecido. Atendemos 800 pacientes por mês. Hoje, maioria é covid e com virulência agressiva. As festas continuam e é preciso conter isso. As pessoas estão angustiadas. Vai morrer gente em pronto atendimento, em casa, no carro”, previu.

Os médicos solicitaram que a ACIM e outras instituições do meio empresarial incentivem o home office nos próximos dias, também como alternativa para evitar a transmissibilidade do vírus. As instituições presentes se comprometeram em usar todos os meios para dar capilaridade a campanhas de conscientização da população.

BRASIL - A situação não está preocupante apenas no Paraná. De cordo com informações da Fiocruz, o SUS vive seu pior momento da epidemia com UTIs ocupadas em pelo menos 80% em 17 capitais do país.

De acordo com informações divulgadas pela Folha, as capitais com os piores indicadores são Porto Velho (RO), com lotação de 100%, Rio Branco (AC), com 88,7%, Manaus (AM) com 94,6%, Boa Vista (RR), com 82,2%, Palmas (TO), com 80,2%, São Luís (MA), com 88,1%, Teresina (PI), com 93%, Fortaleza (CE), com 94,4%, Natal (RN), com 89,0%, Recife (PE), com 80,0%, Salvador (BA), com 82,5%, Rio de Janeiro (RJ), com 85,0%, Curitiba (PR), com 90,0%, Florianópolis (SC), com 96,2%, Porto Alegre (RS), com 84,0%, Campo Grande (MS), com 85,5%, e Goiânia (GO), com 94,4%.

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