JUSTIÇA

Julgamento do caso Tatiane Spitzner é remarcado para maio

A remarcação do júri precisou ser feita depois da defesa do réu abandonar o plenário, que era realizado na semana passada, no dia 10 de fevereiro

Julgamento do caso Tatiane Spitzner é remarcado para maio
De acordo com o advogado Claudio Dalledone, ele e sua equipe resolveram deixar o julgamento sob justificativa que tiveram o “trabalho cerceado”. - Foto: RPC

O julgamento do professor Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada e esposa Tatiane Spitzner, foi remarcado para o dia 4 de maio pela 1ª Vara Criminal e Tribunal do Júri de Guarapuava, na região central do Paraná.

A remarcação do júri precisou ser feita depois da defesa do réu abandonar o plenário, que era realizado na semana passada, no dia 10 de fevereiro. Na ocasião, o julgamento chegou a ser iniciado, mas a defesa de Manvailer quis apresentar vídeos da portaria do prédio onde o casal morava, materiais que não estavam nos autos.

A situação gerou um desgaste no Fórum Desembargador Ernani Guarita Cartaxo e o juiz negou a inclusão dos registros nos autos. No dia, o juiz entendeu a ação dos advogados como “abandono injustificado de plenário” e foi determinada multa de 100 salários mínimos. Ainda cabe recurso da decisão.

De acordo com o advogado Claudio Dalledone, ele e sua equipe resolveram deixar o julgamento sob justificativa que tiveram o “trabalho cerceado”.

Conforme decisão do juiz Adriano Scussiatto Eyng, o julgamento de Luis Felipe Manvailer deve ser realizado de forma presencial, cumprindo todas as medidas sanitárias para evitar a proliferação do coronavírus.

CASO TATIANE SPITZNER

A advogada Tatiane Spitzner foi encontrada morta após cair do 4° andar do prédio onde morava com o seu marido, Luis Felipe Manvailer, no centro de Guarapuava. Na época, a polícia foi chamada por vizinhos porque “uma mulher teria saltado ou sido jogada”.

Chegando no local, os agentes encontraram sangue do lado de fora do prédio. Imediatamente, subiram até o apartamento onde o casal morava e encontraram a advogada já sem vida. Porém, seu marido não estava na residência.

Luis Felipe Manvailer só foi preso horas depois, na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, na região oeste do Paraná, depois de se envolver em um acidente. Na época, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que o homem estava desnorteado.

Imagens de câmera de segurança do prédio foram solicitadas para a investigação e revelaram que o acusado desferiu golpes contra a própria mulher ainda no carro, antes de entrarem no condomínio.

Outra imagem revela Manvailer limpando vestígios de sangue de Tatiane, no elevador, após recolher o corpo dela do lado de fora do prédio.

O QUE DIZ A DEFESA E ACUSAÇÃO

“Em decisão que explica detalhadamente a ausência de justificativa para o abandono pela defesa, o Judiciário nomeou defensores dativos para a próxima sessão, evitando-se novas medidas protelatórias pela defesa. Ainda, manteve Manvailer preso. A família lamenta os sucessivos atrasos, mas segue aguardando o julgamento pelo Júri de Guarapuava, esperançosa em uma condenação a pena alta”, afirmou Gustavo Scandelari, assistente de acusação.

“A defesa tomou conhecimento da decisão judicial que designou o dia 4 de maio de 2021 para início do julgamento popular de Luis Felipe Manvailer e – desde que não exista compromisso anteriormente designado também envolvendo réu preso – estará (como sempre esteve) pronta para participar do julgamento, rogando apenas para que as regras do devido processo legal sejam observadas, com imparcialidade e mediante a admissão do uso das provas constantes nos autos de processo-crime, providências e posturas que são as mais básicas para que possa existir um julgamento minimamente justo, pois calar a defesa é impedir a justiça”, diz nota enviada pela defesa do réu, Claudio Dalledone Júniore e Adriano Bretas.

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