Capacidade de adaptação é atributo mais valorizado no mercado de trabalho

O ano de 2020 exigiu a capacidade de adaptação em um nível quase vital para o mercado de trabalho e também no âmbito pessoal. E a previsão é de que 2021 não seja diferente. 

Em estudo global realizado pela Salesforce, empresa especializada em relacionamento com os consumidores, ouviu 20 mil profissionais em dez países (incluindo Brasil) e concluiu que adaptabilidade será a característica mais importante nos próximos seis meses. A característica foi citada por 95% dos entrevistados, à frente de colaboração (92%), resiliência (também 92%) e criatividade (91%). Os dados foram divulgados pelo 6 Minutos. 

A Adaptação Intencional é a decisão de agir constantemente para se antecipar às inevitáveis mudanças e aceitá-las com menos resistência. Isso foi o que aconteceu em 2020. Mercado de trabalho, hábitos de consumo, mobilidade, fontes de informação, formas de estudo, possibilidades de comunicação, tudo estará consideravelmente transformado dentro de cinco anos. Quem não se adapta aos novos cenários e contextos ficará em desvantagem.

Jean Philippe Rosier, sócio e diretor da Perestroika, escola de metodologias criativas, diz que os princípios da Adaptação Intencional podem ser libertadores, funcionando como um grande desbloqueio na busca por novos caminhos. Um desses princípios, ele diz, é aceitar que não estamos no controle e que não temos a resposta certa para tudo. “Fomos educados desde a escola para ter as respostas certas. Agora é preciso praticar o inverso, aceitar o não saber”.

Adaptar-se significa, em grande parte, deixar de resistir ao que é inevitável ou àquilo que já aconteceu, interpretando esses fatos com o máximo de positividade. No caso de uma demissão, por exemplo, os princípios da Adaptação Intencional ajudam a pessoa a não ser pega de surpresa – entender antecipadamente o cenário, interpretar os dados e desenvolver planos alternativos.

COLOCANDO EM PRÁTICA - Algumas mudanças que deverão se consolidar ao longo da década por conta da velocidade das transformações:

• Cursos mais rápidos e práticos ganharão relevância na comparação ao modelo da tradicional formação universitária.
• Atributos comportamentais e emocionais serão tão importantes num profissional quanto o conhecimento técnico.
• A carreira de portfólio, em que a pessoa exerce mais de uma atividade simultaneamente, será o caminho para muitos profissionais.
• A perspectiva de fazer longa carreira numa mesma empresa se tornará cada vez menos comum.
• Com a maior disseminação do trabalho remoto, as fronteiras entre trabalho e vida pessoal se tornarão cada vez mais diluídas.
• Profissionais que resistirem às mudanças deverão encontrar dificuldades cada vez maiores no mercado de trabalho.