Cervejaria maringaense acusada de racismo posta vídeos e nota oficial sobre o ocorrido
A violência ocorreu na madrugada de domingo (8) entre dois angolanos e dois funcionários do estabelecimento
Nos últimos dias as redes sociais ficaram acaloradas com posts de denúncia de racismo em uma Cervejaria da cidade. Em imagens que viralizaram nesta segunda-feira (10), dois angolanos são espancados dentro de um estabelecimento. É possível ver os dois sendo arrastados para fora do lugar, um já inconsciente.
Nas redes sociais, testemunhas afirmam que os agressores dizem palavras de cunho racista e xenofóbico como "pretos", "volta pro seu lugar" e "haitianos de merda". Um boletim de ocorrência foi realizado e o advogado Mário Henrique afirma que caracteriza o crime de racismo. As vítimas de racismo estão sendo defendidos pelo advogado Mário Henrique Alberton e por Ronelson Furtado, presidente da Associação dos emigrantes Residentes na Região Metropolitana de Maringá (AERM).
Após uma repercussão de grande escala com exigência de justiça pela população, a Cervejaria divulgou na manhã desta quinta-feira (12) imagens de momentos antes, durante e após o ocorrido. Nas imagens, junto de uma nota oficial, fica esclarecido que um dos clientes angolanos tenta entrar no estabelecimento sem o uso obrigatório de máscara. Irritado, o cliente discute com o segurança e é afastado pelo gerente para uma conversa.
Após isso, o outro cliente, que estava com máscara, é permitido de adentrar a loja. Nesse momento é quando as câmeras capitam uma movimentasção na entrada. De acordocom a nota, o cliente que antes discutiu com o segurança, teria dado um soco no mesmo, resultando na confusão seguinte. No vídeo é possível verificar que outros clientes entram na briga. Depois de chutes e socos, os dois angolanos são arrastados para a calçada, um estava desacordado.
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Apesar da nota oficial e as imagens divulgadas, muitos maringaenses seguem alegando que o racismo é injustificável. "Pelas imagens vemos que todos cometeram um crime. Houve o crime de agressão, mas também houve o crime de racismo... E ambos devem ser condenados de forma justa" afirma Heloísa de Freitas, de 27 anos, ativista do movimento anti-racismo.
Helóisa ainda destaca que a repercussão de casos como este, são fundamentais para "desvelar" o racismo estrutural. "Em momento algum foi condenado apenas a situação violenta. Houve violência de ambos os lados. Mesmo que tenha começado a discussão de uma maneira, supostamente, errada, nada ameniza ou justifica o racismo nas palavras ditas. E repercussões como estas levantam uma deiscussão produtiva, apesar de tudo" finaliza.
O vídeo está disponível no instagram da cervejaria.