POLÍTICA

Em 73 anos de história, apenas 13 mulheres foram eleitas vereadoras em Maringá

Em 73 anos de história do Legislativo, apenas 13 mulheres foram eleitas vereadoras na terceira maior cidade do Estado

Em 73 anos de história, apenas 13 mulheres foram eleitas vereadoras em Maringá
O movimento suprapartidário em prol de uma bancada feminina lembra que as mulheres constituem 52% da população maringaense e 54% dos eleitores do município. - Foto: Divulgação

Os números e a história embasam a luta do movimento “Mais Mulheres no Poder” por uma bancada feminina na Câmara de Maringá. Em 73 anos de história do Legislativo, apenas 13 mulheres foram eleitas vereadoras na terceira maior cidade do Estado.

Com a redução de 21 para 15 vereadores, em 2004, a participação feminina no Legislativo municipal ficou ainda mais rara. Atualmente, em sua 16ª Legislatura, as 15 cadeiras são ocupadas apenas por homens.

O levantamento consta do manifesto do movimento que, esta semana, ganhou uma versão legendada. Assista ao vídeo nesste link.

O manifesto lembra que a primeira vereadora de Maringá foi Sebastiana Costa Tobias (MDB). Eleita em 1968, quanto Maringá já tinha 16 anos de emancipação política, ela compôs a 5ª Legislatura da Câmara, entre 1969 e 1973.

O movimento suprapartidário em prol de uma bancada feminina lembra que as mulheres constituem 52% da população maringaense e 54% dos eleitores do município. Entre os objetivos do movimento, além da conquista de cadeiras na Câmara, está a ocupação de espaços de decisão, como no primeiro e segundo escalão do Executivo municipal.

“Falta muito para melhor a condição das mulheres, falta consolidar a presença igualitária da mulher nos espaços de decisão, em especial nos espaços institucionais no Legislativo e no Executivo”, diz trecho do manifesto.

Em outro trecho, as pré-candidatas afirmam que “as mulheres já participam da vida da cidade de diversas formas, integrando fóruns, conselhos, entidades de classe, sindicatos patronais e dos trabalhadores etc. Com um nível educacional superior à media dos homens, elas fazem da Universidade Estadual de Maringá (UEM) a segunda universidade do mundo em proporção de mulheres pesquisadoras.”

A iniciativa maringaense está ecoando para além das divisas da cidade. Nesta semana dois coletivos semelhantes foram criados: Mais Mulheres No Poder em Sarandi e Mais Mulheres No Poder em São Manoel do Paraná.

A Câmara de Maringá teve 15 cadeiras de 1956 a 1968. A bancada subiu para 17 entre 1968 e 1972 e para 21 vereadores entre 1973 e 2004. Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baixou uma normativa, reduzindo para 15 o número de edis em Maringá.

Em 2009, a Emenda Constitucional 58 permitiu que Maringá pudesse ter entre nove e 23 vereadores. Votação ocorrida naquele ano definiu a manutenção da representatividade popular em 15 cadeiras. Em tentativas posteriores de elevar o número de cadeiras, os vereadores recuaram após pressão popular.

Lançado oficialmente em 24 de junho, o “Mais Mulheres no Poder” é um esforço suprapartidário sem precedentes nas eleições municipais em Maringá, que congrega 60 pré-candidatas de 16 partidos políticos. O objetivo central é aumentar a representatividade feminina no poder, em especial na Câmara e nos primeiros escalões da Prefeitura.

Na terça-feira (28), o movimento promove a live “Mulheres na Política e Políticas para as Mulheres”. A pré-candidata Majô Capdeboscq mediará a conversa entre a pré-candidata Terezinha Pereira e a pesquisadora Isadora Vier, do NUMAPE/UEM, sobre a proposta de destinação de 4% do orçamento municipal para políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. A transmissão será pelo facebook/maismulheresnopodermaringa.

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