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Empresas maringaenses têm colhido bons frutos da experiência com o home office

O trabalho remoto teve de ser colocado à prova de uma hora para outra devido ao coronavírus, provando sua eficiência no desempenho e produtividade.

Empresas maringaenses têm colhido bons frutos da experiência com o home office
Empresa maringaense irá adotar home office permanente para 80% dos colaboradores após benefícios durante isolamento social. - Foto: Divulgação/TecnoSpeed

Com a determinação do isolamento social em Maringá através decreto no dia 20 de março, diversas empresas de diferentes setores tiveram que se adaptar e adotar o home office para manterem sua renda durante período de pandemia.

Após quase três meses desde o primeiro decreto de isolamento, algumas empresas maringaenses se mantêm em trabalho remoto para preservar a saúde de seus colaboradores. Outras planejam adotar o home office definitivamente, como é o caso da TecnoSpeed.

REINVENÇÃO – Com cerca de 120 colaboradores, a empresa maringaense de softwares TecnoSpeed também teve que se adaptar ao home office em tempos de pandemia. A empresa afirma que a adaptação foi tão benéfica que o trabalho remoto será o seu “novo normal” para para mais de 80% dos colaboradores de forma permanente

Para o cofundador e CEO da TecnoSpeed, Erike Almeida, o impacto de mandar todos para home office do dia para a noite foi grande, mesmo para a empresa que já tinha alguns colaboradores trabalhando em home office há mais de seis anos. No entanto, a maior surpresa veio dos setores nunca antes cotados para o trabalho remoto.  

"Já estamos há 80 dias com 100% da TecnoSpeed em home office, ainda não temos previsão de retornar, mas daqui para a frente não será mais igual.  A ideia é que 80% dos colaboradores continuem em home office permanente", explica o CEO.

Além dos fundadores, a aprovação parte também dos funcionários. Uma pesquisa interna na empresa apontou que 90% dos colaboradores gostariam de trabalhar remotamente com mais frequência quando as restrições de permanecer em casa forem flexibilizadas. 

Thayza Freitas, analista de RH da TecnoSpeed, conta que durante o isolamento a visão da empresa mudou em relação a jornada de trabalho. "Percebemos uma relação de mais confiança entre os gestores e suas equipes. Se antes o trabalho das 8 às 18 era uma necessidade, hoje o mais importante são as entregas", explica.

Para os colaboradores, os benefícios são muitos: podem trabalhar em horários mais flexíveis, quando rendem mais. "A flexibilidade trouxe ainda mais produtividade. Alguns comentam que estão rendendo mais e com mais qualidade de vida", explica a analista.

Pesquisas apontam que a expectativa é de aumento de 30% no uso de home office quando tudo voltar ao “normal”. O estudo realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com a Grant Thornton, indica que empresas brasileiras devem fazer pelo menos um dia de home office por semana.

Esse formato de trabalho raramente era testado e teve de ser colocado à prova de uma hora para outra devido ao coronavírus, provando sua eficiência. A pesquisa aponta que 38% dos entrevistados têm em casa a mesma produtividade que tinham no escritório e 31% são ainda mais produtivos em home office.

DESEMPENHO –  Wesley Kovalski é desenvolvedor de web na Byte a Byte, uma empresa de marketing digital de Maringá, e desde o primeiro decreto estabelecendo o isolamento social têm trabalhado remotamente. De acordo com Wesley, a adaptação para o home office foi tranquila. “Está sendo bem melhor, mais produtivo. Ocorre algumas distrações como barulhos de vizinhos ou construções aqui do lado. Mas é tranquilo” afirma. 

A empresa possui mais de 15 funcionários e atualmente 10 estão em home office. Com o decreto 445/2020 publicado no dia 20 de abril que flexibiliza o funcionamento de empresas, 5 colaboradores voltaram ao trabalho presencial respeitando as regras de prevenção ao coronavírus. Setores como marketing e programação, que só precisam de internet e computador para trabalhar, ficaram em casa. Os colaboradores de suporte e os sócios da empresa retornaram ao escritório. 

De acordo com Wesley, ainda não há previsão para a volta total de funcionários ao trabalho presencial, mas os chefes têm elogiado a desempenho da equipe, mesmo distantes do escritório.

SEGURANÇA – A conclusão do estudo sobre home office realizado pela FDC e Grant Thornton aponta que os profissionais perceberam que não precisam estar fisicamente no escritório para executar um projeto ou realizar o trabalho do dia a dia. O levantamento ainda revela que 54% dos profissionais têm intenção de pedir aos chefes para continuar com o trabalho remoto depois da pandemia, como é o caso do social media Thomas Bergami. 

A imobiliária onde Thomas trabalha já retomou as atividades presenciais, de acordo com todas as medidas e cuidados necessários. No entanto, o social media da empresa solicitou sua permanência em home office para evitar a exposição de sua mãe e tia avó, que fazem parte do grupo de risco do coronavírus. “Apesar de estar há pouco tempo trabalhando lá, a empresa entendeu a minha situação e aceitou tranquilamente o meu pedido” afirma Bergami. 

Thomas ainda diz que o trabalho em casa tem até rendido mais. “Algumas vezes é necessário que eu vá até a imobiliária para algumas reuniões e discussões de projeto, mas me sinto mais seguro trabalhando desta maneira, sabendo que não vou expor meus familiares” finaliza.

Maringá.com