Pequenos e médias empresas podem conseguir desconto na conta de luz
O que poucos empreendedores sabem a geração distribuída garante até 15% de desconto nas faturas de energia elétrica.
Uma normativa criada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 2012 regularizou a modalidade de consumo chamada geração distribuída que está em plena expansão em todo o país. Com ela, pequenos e médios negócios e comércios – como mercados, salões de beleza, postos de gasolina, panificadoras, lojas, restaurantes – podem obter até 15% de desconto nas contas de luz.
Em épocas de crise, como na pandemia do coronavírus, grande parte das empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, buscam soluções para resistir ao momento de incertezas. Uma delas, amplamente indicada por especialistas em economia, é a renegociação e revisão de serviços e fornecedores contratados. E nessa manutenção deve-se incluir os serviços essenciais como a luz elétrica.
O que poucos empreendedores sabem a geração distribuída garante até 15% de desconto nas faturas de energia elétrica. Isso é possível porque a normativa permite produzir energia para consumo próprio ou consumir energia de uma geradora local, pelo mecanismo de compensação de energia elétrica. Em outras palavras, é como comprar energia direto do produtor, sem os custos adicionais do distribuidor.
Wolney Pereira, CEO da Gedisa Energia, empresa especializada em administrar cooperativas de consumo de geração distribuída, conta que a geração distribuída abre as portas para a geração compartilhada através de três modalidades: condomínio, consórcio e cooperativa. “Essas modalidades permitem que vários consumidores se reúnam com o objetivo de gerar sua própria energia através de uma usina geradora, ou no caso de não ter uma geradora própria, com o arrendamento de um espaço de produção”, explica ele.
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No caso das pequenas e médias empresas e do comércio, pode-se adquirir o benefício participando de uma cooperativa. Neste caso estão inclusas empresas como mercados, salões de beleza, postos de gasolina, panificadoras, lojas, restaurantes. “Esses grupos podem receber porque há um contrato direto de fornecimento com as geradoras independentes, que fornecem a energia pelas mesmas redes de distribuição padrão até os comerciantes participantes. Isso significa também que não há necessidade de nenhum investimento adicional por parte do cooperado. Nem de adesão à cooperativa”, conta Pereira.
COMO TER DESCONTO – A empresa precisa ter a conta de luz em seu CNPJ ou CPF e ser consumidor categorizado como “B”. O próximo passo é se tornar um cooperado. Para isso há administradoras de cooperativas, que fazem todo o processo de ponta a ponta para reunir as empresas, conectar às geradoras e garantir os benefícios aos cooperados. Ao se tornar um cooperado, a empresa não tem nenhum custo ou investimento algum em estrutura física. A distribuição segue pela distribuidora local de energia de seu estado e a compensação é feita por créditos de energia entre geradora e distribuidora.
Contudo, a única diferença é no modelo de pagamento, que passa a ser com duas faturas de energia, sendo uma com o desconto compensatório. Porém, a administradora faz todo o trabalho de coordenar a operação de energia junto às cooperativas. Usuários da geração distribuída também enxergam a redução com bons olhos. “Com o dinheiro que economizamos na fatura, podemos aplicar no próprio negócio, fazendo investimentos ou utilizando até na folha de pagamento”, conta Leia Janaina Aguiar, do setor financeiro da KF Grill, cliente da Gedisa.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA – A Geração Distribuída (GD) é a modalidade pela qual o consumidor gera toda ou parte da energia elétrica que consome e é utilizada por meio da compensação de créditos. Esta compensação serve para consumidores que usam a energia gerada para abater o seu consumo de energia elétrica. A energia da geração distribuída é válida para diversas fontes sustentáveis, como a energia solar, eólica e usinas hidroelétricas. E no caso de o consumidor não dispor de investimento para gerar a própria energia, ele pode entrar para uma cooperativa de energia, que, sem qualquer investimento, pode gerar a energia que ele irá consumir.