Com diversas iniciativas em prol de um mundo mais sustentável e menos cruel ganhando mais adeptos como, por exemplo, o veganismo, a moda também se renova para atender à geração mais consciente que desabrocha nos
millenials e na geração Z - e de uma maneira bem distante da indústria. Segundo levantamento realizado pelo threadUP, o consumo de mercadorias de segunda mão teve um aumento de 46% em 2019. Em entrevista ao Estadão, Silvia Scigliano diz que “A geração Z acaba influenciando todas as outras. Desde que o mundo é mundo todo mundo sempre achou bonito ser jovem. O jovem sempre traz ideias inovadoras”. A pesquisa prevê ainda que em 2019 1 a cada 3 indivíduos da geração Z compre algum produto de revenda. Em Maringá, se torna cada vez mais comum e habitual a realização de feiras de roupas e acessórios de segunda mão. Além dos estabelecimentos pelas ruas da cidade, plataformas e redes sociais como o Instagram também têm sido de grande utilidade para quem busca um consumo consciente, de preço acessível e sem abrir mão do bom gosto. “Atualmente, como sabemos, acontece um consumo desenfreado, bem como uma fabricação que abusa dos recursos naturais de nosso planeta, gerando cada vez mais a escassez de tais recursos e prejudicando ao ambiente e a nós mesmos. Em contrapartida a esse processo, nós utilizamos os 5 Rs: reduzir, reutilizar, reciclar, recusar e repensar. Uma forma de minimizar os prejuízos causados pelas indústrias, principalmente da moda, como também conscientizar cada vez mais a população” afirma Angeliane Chefer, uma das idealizadoras do VenusBrechó, loja do Instagram com venda de roupas usadas e reformadas de maneira consciente.
A pesquisa da threadUP divulga ainda que 59% dos consumidores esperam das marcas atitudes éticas e sustentáveis, levando em consideração a identificação com os valores da empresa. “ao conversar com alguns clientes pude perceber que a população está cada vez mais integrada na moda sustentável, procurando compreender o que se trata e o que fazer para minimizar o consumo. Percebemos isso, também, no aumento da procura dos brechós nas cidades”, destaca Chefer. Criado em 2018, o VenusBrechó surgiu a partir da ideia de ‘desapegar’ de peças antigas de maneira consciente, mas com o aumento da demanda e interesse dos seguidores, Angeliane começou a frequentar os bazares e brechós já estabelecidos na cidade, selecionando peças que melhor se encaixam ao estilo do brechó: uma moda vintage dos anos 80 e 90. Atualmente o Instagram conta com mais de 1,9 mil seguidores. O crescente surgimento de brechós pela cidade e o sucesso que fazem nas redes sociais, é um reflexo de como às atuais gerações se tornaram conscientes em relação ao consumo, mas a jornada ainda é extensa, já que os danos causados pela indústria têxtil em massa seguem acontecendo. “É necessário que existam meios de diminuir e conscientizar a sociedade sobre a importância desses recursos sustentáveis. Os brechós começaram a ser vistos justamente como um desses meios, e acredito que com seu crescimento já é um começo para um mundo mais minimalista e consciente”, finaliza Angeliane. Em 2015, o consumo da indústria têxtil chegou a aproximadamente 73 mil toneladas e somente 20% desses tecidos são reciclados por ano. A probabilidade, segundo especialistas, é de que até 2025 a produção no ramo têxtil aumente 4% ao ano.