Neste domingo (25) a escritora, roteirista, apresentadora e atriz Fernanda Young, 49, morreu após uma parada cardíaca causada por um ataque de asma, uma grave e crônica doença do aparelho respiratório, que é a segunda no ranking de causas de morte em Maringá, de acordo com levantamento feito no primeiro semestre deste ano. Segundo dados do setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, divulgados pelo portal GMC, tumores e doenças do aparelho circulatório estão empatadas em 467 óbitos causados, e as doenças do aparelho respiratório, como a asma, entram no ranking em segundo lugar com 216 mortes causadas entre janeiro e junho de 2019. Uma crise grave de asma pode demorar apenas alguns minutos para causar a morte de um indivíduo, como foi o caso de Fernanda Young. “A doença exige um diagnóstico correto para que seja prescrito o melhor tratamento. Por isso, é importante que o paciente diga ao médico o que sente em qual período os incômodos se acentuam. Geralmente, há uma piora durante a madrugada e ao acordar”, diz o médico Carlos Jardim, pneumologista do Incor em entrevista concedida ao Folhapress.Um dos vários fatores agravantes para os ataques de asma são as estações como primavera, outono e o inverno. A exposição ao ar frio e poluição ambiental são gatilhos poderosos para o surgimento de crises das mais leves às mais graves e o tempo seco em Maringá devido a falta de chuva, também não facilita a rotina dos asmáticos.Larissa Alves, 19, teve diagnóstico de asma aos 10 anos e afirma que os dias em Maringá tem sido difíceis em relação a crises. “Além da asma, eu ainda sofro de alergias como rinite e esse tempo seco na cidade tem sido um grande problema para minha condição. Faço atividades aeróbicas há 5 anos a fim de controlar a asma, mas nas últimas semanas, devido a alergia, crises leves têm sido constantes durante as atividades.”Larissa ainda afirma a importância em fazer o acompanhamento médico. “A cada seis meses ou pelo menos uma vez no ano eu volto ao meu médico e faço uma nova bateria de exames para supervisionar e controlar a asma. Já foi bem pior mas hoje em dia graças aos cuidados e hábitos que tenho, minha qualidade de vida é totalmente diferente.”
O ambiente de trabalho pode agravar crises asmáticasO estresse no trabalho pode ser outro fator agravante das crises de asma. Por ser uma alteração emocional, o estresse altera os hormônios e pode provocar a redução da passagem de ar nas vias respiratórias, porque o músculo dos brônquios se contraem, causando maior dificuldade para respirar. Para evitar que os problemas se agravem, médicos recomendam prática de meditação e atividades físicas nos momentos de folga, aliviando a tensão.Ácaros, poeira, pelos de animais, fumaça de cigarro e poluição podem estar presentes no ambiente de trabalho, agravando a situação do asmático. Por isso, a conscientização de diretores e o cuidado com o ambiente é fundamental para uma rotina sem desconfortos. De acordo com a Iniciativa Global para a Asma (GINA), se o paciente tiver despertares noturnos por conta da asma, precisar usar o medicamento de resgate mais de duas vezes por semana ou tiver qualquer limitação de atividade, a doença não está controlada. Em todos os casos, o fundamental é realizar o acompanhamento com o pneumologista e seguir o tratamento diariamente. Dessa forma, o paciente tem menor chance de apresentar crises e pode manter sua rotina normalmente, sem prejudicar sua qualidade de vida.