A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem contribuição de pesquisadores seus na descoberta do primeiro dinossauro do Paraná: o Vespersaurus paranaensis, um predador de pequenos animais que caçava em dunas. Ele pertence à linhagem dos terópodes, assim como o tiranossauro e o velociraptor. O fóssil dessa nova espécie, encontrado em Cruzeiro do Oeste (PR), foi apresentado a autoridades e à imprensa hoje (26), em Maringá (PR). A informação já é destaque em veículos de comunicação nacionais, como CBN, Estadão, Folha de S.Paulo, Rede Globo e Terra.Com 1,6 metro de comprimento, 80 centímetros de altura, peso de 15 quilos e braços com menos da metade do tamanho das pernas, esse dinossauro carnívoro e bípede vivia há 85 milhões de anos num ambiente desértico, que é o atual solo paranaense. As vértebras dele eram cheias de cavidade e os dentes tinham serrilhas, assemelhando-se a facas. A descoberta foi feita por, além de pesquisadores da UEM, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) com cooperação do Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste e da Prefeitura de Cruzeiro do Oeste.Segundo informações do museu, “o Vespersaurus paranaensis é a 8ª espécie de dinossauro descrita a partir de material brasileiro que pode ser seguramente atribuída aos terópodes”. “Com quase metade do esqueleto conhecido, mesmo que com muito pouco do crânio, corresponde ao terópode preservado de forma mais completa no país, sendo os demais conhecidos com base em crânios parciais, esqueletos mais incompletos ou mesmo poucos ossos isolados”.
De acordo com o geólogo Paulo César Manzig, do Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste, estudos com auxílio de tomografia e reconstituição digital permitiram confirmar que pegadas encontradas já na década de 1970 no sítio paleontológico dessa cidade do interior paranaense são do novo dinossauro. Manzig é um dos autores do artigo científico internacional sobre o Vespersaurus paranaensis publicado hoje no periódico Scientific Reports, da prestigiada Nature. Instituições que colaboraram no texto também são o Museo Argentino de Ciencias Naturales e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).O autor principal do artigo, Max Cardoso Langer, doutor em Ciências, livre-docente e professor vinculado à USP de Ribeirão Preto (SP), destaca que a pata traseira do animal era em formato de lâmina, o que facilitava a captura de presas – dois dedos laterais curtos serviam como essa “arma”, enquanto que o terceiro dedo, do meio e mais longo, apoiava-o no solo. “O dinossauro tinha um esqueleto leve, semelhante ao que as aves têm”, compara Langer, que registra que “parentes próximos dele foram reconhecidos na Argentina e na África”.Alguns dos outros pesquisadores são Neurides de Oliveira Martins, historiadora e diretora do Museu de Paleontologia de Cruzeiro, e Edison Fortes, Lucas Cesar Frediani Sant’ana e Rosana Lima, do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE) da UEM. No evento de apresentação do fóssil, em Maringá, dentre os convidados estavam Julio César Damasceno, reitor da UEM, Renato Pirani Ghilardi, presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia, e Maria Helena Bertoco Rodrigues, prefeita de Cruzeiro do Oeste.