A caderneta de poupança voltou a atrair o interesse do maringaense. De janeiro a dezembro do ano passado, foram depositados R$ 23.445.014.226, aumento de 6,2% em comparação com o montante de R$ 22.071.990.165 depositados em 2016. A análise é do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (CODEM), com base em dados divulgados pelo Banco Central (BC).O total de recursos depositados foi verificado mesmo com a queda da Selic, a taxa básica de juros, que no decorrer do ano passado sofreu oito cortes consecutivos, iniciando 2017 em 13,75% ao ano e chegando a dezembro em 7%.Quando a taxa de juros fica em 8,5% ou abaixo desse patamar, a poupança sempre rende 70% da Selic. Apesar da rentabilidade atrelada à Selic em queda, a economista do CODEM, Yasmine da Mata Mendonça, avalia que um fator que ajuda a explicar o aumento de depósitos é a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. Em 2017, a taxa ficou em 2,95%, a menor desde 1998."Como a inflação vem reduzindo, o rendimento real da poupança, que é o descontado da inflação, é maior. Além disso, outras opções de investimento para o investidor que busca baixo risco deixaram de ser tão atrativas o quanto eram há alguns anos devido a queda na taxa de juros Selic", comenta a economista do CODEM.Ainda de acordo com Yasmine, a retomada na geração de empregos em Maringá também reflete no aumento de depósitos na poupança. Após encerrar dois anos com mais demissões do que contratações, Maringá fechou 2017 com saldo positivo de 706 empregos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. "Observando a evolução do saldo de empregos do município é possível perceber um aumento dos postos de trabalho. Mais emprego significa mais renda, logo, aumenta a possibilidade das pessoas pouparem um pouco mais", destaca Yasmime, acrescentando que investir na caderneta de poupança faz parte da cultura do brasileiro. "Mesmo existindo rendimentos mais atrativos, boa parte do brasileiro tem como costume deixar suas economias na poupança, por ser mais popular, de fácil retirada e por ser isenta de taxas e de imposto de renda. Ainda é perceptível que de modo geral, a confiança do brasileiro e do maringaense na caderneta é maior".
Depósitos mensais da poupança em Maringá (2016/2017)Janeiro – R$ 1.830.591.651 / R$ 1.889.729.891
Fevereiro – R$ 1.828.093.701 / R$ 1.885.087.906
Março – R$ 1.816.998.526 / R$ 1.879.091.879
Abril – R$ 1.809.711.633 / R$ 1.886.109.958
Maio – R$ 1.817. 783.814 / R$ 1.910.321.240
Junho – R$ 1.818.249.156 / R$ 1.934.672.744
Julho – R$ 1.819.406.000 / R$ 1.950.277.298
Agosto – R$ 1.828.175.742 / R$ 1.969.330.903
Setembro – R$ 1.844.348.640 / R$ 1.994.916.163
Outubro – R$ 1.855.529.076 / R$ 2.003.885.295
Novembro – R$ 1.881.163.449 / R$ 2.030.446.497
Dezembro – R$ 1.921.938.777 / R$ 2.111.144.452