Crise no campo (Roberto Pupin- vice-prefeito de Maringá)

Calamidade e emergência. Esta é a situação da agropecuária brasileira em nosso Estado. Somente no ano passado foram mais de 50 municípios do Sudoeste, Noroeste e Oeste que sofreram com a seca e este ano, pelo segundo ano consecutivo, este problema ocorreu novamente. Necessitamos de novas linhas de financiamento, porque não é somente o campo que sofre.

A crise também reflete nas cidades e o produtor que já vinha sendo sacrificado com planos econômicos, já não agüenta mais o golpe deste ano.

Juros altos, dólar baixo, defasagem dos preços dos produtos. A conta não fecha. Uma safra frustrada é uma safra que não tem recuperação. Se tivermos, de novo, um clima propício para semeá-la, e isto somente ocorrerá no ano seguinte, é necessário ânimo novo e dinheiro novo, porque o agricultor não tem outros meios de subsistência – somente a lavoura é sua fonte de renda. O setor, dessa maneira, entra em colapso, assim como a vida daqueles que dependem da lavoura para prover sua família.

A maioria dos Estados afetados é agrícola. Se o setor vai mal, as cidades sentem de imediato o reflexo. Assim todos os segmentos afins sofrem idênticas conseqüências, porque o nosso país é praticamente agrícola e, como tal, a maior fatia de renda vem do campo.

O Governo Federal deve instituir uma política agrícola ouvindo as lideranças (cooperativas, sindicatos , Confederação Nacional da Agricultura - CNA) para que ela seja consolidada em cima das reais necessidades do campo (mini, médios e grandes agricultores) e não ser feita apenas com informações de gabinetes.

Com a entrada no Ministério da Agricultura de um homem que realmente entende da agricultura, Roberto Rodrigues, ficamos esperançosos que a política agrícola seria consolidada, mas foi grande a decepção e, mais uma vez, os agricultores ficaram somente na promessa.

Eu, como vice-prefeito de Maringá e agricultor, me solidarizo com todos os agricultores, pois o movimento é justo e lícito. Ao reduzir as atividades do Paço Municipal até as 12 horas neste dia 16, o município, na pessoa do prefeito Silvio Barros, teve uma bela atitude de apoio ao Movimento Grito do Ipiranga.