CIDADE

Desfile do aniversário de Maringá reuniu 20 mil pessoas

O desfile do aniversário de 59 anos de Maringá, que teve início por volta das 9h30, reuniu cerca de 20 mil pessoas que prestigiaram o evento e ficaram admiradas com as alas que desfilaram.

A dona de casa Maria Aparecida de Souza, que trouxe quatro filhos e seis netos para assistirem ao desfile, afirmou que “além de ser uma homenagem à nossa cidade, não podemos perder o desfile porque é uma oportunidade cultural de conhecer e aprender novas coisas”.

O desfile durou quase duas horas e foi composto pela Ala Militar, por alas temáticas em homenagem ao escritor Monteiro Lobato, e outras 24 alas que integraram o setor da ala dos convidados.

Foram mobilizadas para a realização do desfile aproximadamente 5 mil pessoas.

Para dar início às comemorações, autoridades locais hastearam as bandeiras do Brasil, Paraná e do Município.

O Pavilhão Nacional foi hasteado pelo prefeito Silvio Barros; o do Estado, pelo juiz de Direito René Pereira da Costa e o de Maringá, pelo vereador Mário Massao Hossokawa.

O Hino Nacional foi executado pela Banda Musical Joubert de Carvalho, sob a regência do maestro, José Galetti.

A Banda também tocou o Hino à Maringá, que tem letra de Ary de Lima e música de Aniceto Matti.

Após a execução dos hinos, autoridades e convidados se acomodaram no Palanque Oficial para acompanharem o desfile cívico militar.

No encerramento do hasteamento, houve uma queima de fogos de artifício.

O prefeito Silvio Barros destacou, “este é um novo conceito que queremos adotar para fazer além do desfile uma parada que possa atrair mais pessoas de outras cidades para Maringá”.

O prefeito agradeceu aos participantes e ressaltou a volta do Ingazinho, mascote da cidadania.

“Tenho certeza que com ele vamos divulgar ainda mais a nossa cidade e fazer com que ela se torne destaque nacional”, disse.

Representando a Câmara de Vereadores, o vereador Mário Hossokawa, comentou a importância de Maringá e do seu povo.

“Parabenizou a sociedade organizada e os pioneiros que desbravaram a terra.

Apesar da crise que assola o país Maringá está sempre crescendo, se desenvolvendo e trará ainda muitas alegrias para nós”.

Além do prefeito Silvio Barros, participaram do desfile o vice-prefeito Roberto Pupin; a presidente do Provopar, Luiza Pupin; a primeira dama do Município, Bernadete Barros; secretários municipais; vereadores; representantes das polícias militar e civil; juízes, promotores e advogados; o deputado federal Ricardo Barros, deputado estadual Luiz Nishimori; a presidente do Ibesp, Bárbara Barros e representantes do consulado do Japão, entre outros.

Para produzir as alas temáticas, a Prefeitura convidou artistas locais para trabalhar na criação de figurinos, animação dos personagens e constituição do espetáculo que teve como tema as personagens da principal obra de Monteiro Lobato, Sítio do Pica-Pau Amarelo.

As alas contaram algumas histórias de Emília, Narizinho, Pedrinho, Cuca, Tia Anastácia e Visconde de Sabugosa.

Os preparativos para o desfile de Maringá tiveram início por volta das 8 horas, quando vários integrantes de diversas áreas já estavam concentrados nas ruas próximas a avenida XV de Novembro.

Alas da Acema, grupo dos Desbravadores, grupo Folclórico, Banda da Associação Brasil SGI, Ala da Emília, Projeto ReciclAção da Secretaria do Meio Ambiente e Agricultura de Maringá, alunos da rede municipal e estadual, bombeiros, eram algumas das que estavam concentradas desde o início da manhã.

Para a professora Virgínia Schoenburg da Escola Estadual Rodrigues Alves, uma das organizadoras da ala da Tia Anastacia, a participação das crianças é muito importante.

“Através desses eventos mostramos aos alunos o conhecimento da literatura e também a valorização do trabalho pedagógico realizado com eles”, destaca a professora.

“O desfile é muito importante para a história da nossa cidade, pois através de eventos como esse estamos resgatando a história e a tradição da cidade”, destaca o pioneiro José Carlos Bochio, que também estava conentrado desde às 8 horas.

Para Marinez Bernardis, mãe da aluna Marcela Bernardis da Escola Estadual João Faria de Pioli, é muito importante os pais incentivarem os filhos, fazendo com que eles participem da sociedade, pois quanto mais a cidade cresce, mais o desfile deve crescer”, destaca Marinez.

Os mais ansiosos para o começo do desfile eram as crianças que também estavam concentradas nas ruas e na arquibancada montada especialmente para a ocasião.

A Ala Militar, como prega a tradição, abriu o desfile em comemoração aos 59 anos de Maringá.

Sob olhares de moradores de diversos bairros da cidade, que lotaram as arquibancadas, apresentaram-se representantes da 4º Batalhão de Polícia Militar, da 4ª Companhia de Polícia Rodoviária, do 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros e do Tiro-de-Guerra.

Os primeiros a desfilarem pela Avenida XV de Novembro foram os soldados e as viaturas da Polícia Militar.

O contingente foi de 30 policiais e nove veículos.

A corporação apresentou o Policiamento Ostensivo Volante, o Povo; a Ronda Ostensiva e Tática, o Rotan, o Pelotão de Trânsito, a Patrulha Escolar e a Rádio Patrulha.

A 4ª Companhia de Polícia Rodoviária desfilou com três motos e três viaturas, sendo uma de policiamento móvel.

Como é comum em desfiles cívico-militar, a passagem do Corpo de Bombeiros atraiu olhares mais atentos, principalmente, das crianças, que estiveram presente em grande número para acompanhar o desfile dos 59 anos de Maringá.

O 5º Grupamento levou para a avenida 40 soldados, três motos e 14 viaturas.

Estiveram representados o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergências, o Siate, a Defesa Civil, o Serviço de Vistoria.

Os caminhões de combate a incêndio, com uma criança vestida com uniforme usado nas ações; o barco, com soldados, com trajes e equipamento de mergulho; as roupas especiais, capacetes, máscaras de oxigênio e as sirenes acionadas receberam palmas do público.

Com 195 atiradores, o Tiro-de-Guerra de Maringá, o TG/05/009, fechou a Ala Militar.

No encerramento a Banda do TG, executou músicas e marchas militares.

A presidente do Instituto Brasileiro de Saúde Preventiva -Ibesp-, Bárbara Barros estava emocionada com a beleza do desfile.

“Acompanho as comemorações de aniversário de Maringá desde o primeiro desfile.

É uma emoção poder estar aqui cada ano vendo essa maravilhosa apresentação”

Considerado um dos melhores escritores brasileiros da literatura infanto-juvenil, José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté.

Em 1918 fundou a primeira editora brasileira Monteiro Lobato e Cia, mais tarde transformada em Companhia Editora Nacional.

Antes da criação desta editora todos os livros brasileiros eram impressos em Portugal.

A obra mais importante da Literatura Infantil até os dias de hoje é de autoria de Monteiro Lobato, mundialmente conhecida como Sítio do Pica-pau amarelo.

A importância da obra de Monteiro Lobato é tanta que o cantor Gilberto Gil, atual Ministro da Cultura, gravou a canção Sítio do Pica-pau amarelo em 1977.

Quando escreveu a sua obra mais importante, Monteiro Lobato pretendia transmitir aos leitores seus pensamentos através da personalidade de cada um dos principais personagens do Sítio.

Através da boneca Emília, por exemplo, o autor diz tudo o que pensa; na figura do Visconde de Sabugosa, critica os sábios que só acreditam nos livros que já foram escritos; na figura de Dona Benta quer demonstrar o adulto que aceita e aprende com a imaginação das crianças, admintindo e se divertindo com as novidades que vão modificando o mundo.

Tia Anastácia representa o adulto sem cultura que não conhece o mal e o pecado enquanto que Narizinho e Pedrinho representam o eterno espírito infantil, abertos a tudo, desejando sempre a felicidade e confrontando suas experiências com os ensinamentos dos mais velhos.

Dona Benta é a dona do Sítio e a vovó mais adorada do país.

Vive lá com a sua neta Lúcia, que, por causa do seu nariz arrebitado, tem o simpático apelido de "Narizinho".

Ambas contam com a companhia de tia Anastácia, a preta bonachona que faz os melhores bolinhos do mundo! Narizinho não desgruda de sua boneca Emília, que tia Anastácia fez para ela com retalhos de pano e recheio de macela.

Um dia, em uma viagem ao Reino das Águas Claras (que ficava no riacho do quintal) Narizinho conhece o Príncipe Escamado, o peixe rei daquele lugar.

Lá, Emília toma a pílula do Dr. Caramujo e desembesta a falar.

Dizem que foi aí que se abriu a tal "torneirinha de asneiras" que nunca mais se fechou... A história se completa com a chegada de Pedrinho, primo de Lúcia, menino inteligente e corajoso, que também embarca nesse mundo de brincadeiras.

A adorável e teimosa Emília acaba virando a Condessa das Três Estrelinhas.

Ainda tem o Visconde de Sabugosa, um sábio feito pela tia Anastácia com sabugo de milho; o tio Barnabé, preto velho cheio de histórias; o Marquês de Rabicó, um porquinho muito do comilão; o burro falante e muito mais.

Em seguida, as apresentações ficam por conta dos artistas convidados que desenvolveram seis alas para contar as histórias dos principais personagens do Sítio do Pica-pau amarelo.

A primeira ala, de responsabilidade da artista Maria Cristina Agostinho, vai contar a história de Emília, a boneca de pano que fala, pensa e age como humanos.

Emília foi um presente criado por tia Anastácia para agradar Narizinho.

A pequena Narizinho se encantou tanto com a boneca que não almoçava nem jantava sem a companhia de Emília, que era muda até engolir uma pílula falante dada pelo doutor Caramujo.

Depois de engolir a pílula Emília nunca mais parou de falar.

“Essa ala contou as melhores histórias de Emília no Sítio do Pica-pau amarelo.

Cerca de 180 crianças estavam organizadas em cinco alas onde algumas costuraram a boneca, representando o nascimento da Emília e outras dançaram e contaram histórias.

Teremos mostramos o casamento da boneca, a viagem ao céu e a apresentação do pó de pirimpimpim”, explica Maria Cristina Agostinho.

A segunda apresentação, da artista Rô Fangundes, foi a ala Narizinho, uma outra grande criação do Monteiro Lobato, que surgiu através do livro A menina de Nariz Arrebitado.

Narizinho é uma linda menina de sete anos, morena e que chama Lúcia.

Muito inteligente e meiga encanta todos por onde passa. Adora comer pipoca e sabe fazer bolinhos de polvilho.

“Montando uma ala que represente toda a história da Narizinho, demosntrando desde os passeios pelo Reino das Águas Claras até seu casamento com o Príncipe Escamado.

Tivemos um fim de semana cheio de trabalho para preparar as fantasias, mas agora vemos que valeu a pena”, diz Rô Fagundes.

Depois de Narizinho foi vez da ala de seu primo Pedrinho, que mora na cidade mas não troca suas férias no sítio por nenhum outro lugar do mundo.

Muito corajoso, não tinha medo de nada só de Saci, mas um dia com as dicas do tio Barnarbé conseguiu caçar um e acabou ficando seu amigo.

Ele e Narizinho sempre inventam histórias e vivem num mundo de imaginação.

O artista Paolo Ridolfi é o responsável por essa ala.

“Decidi não dividir as alas.

Na minha apresentação todas as crianças, cerca de 200 vão desfilar juntas, algumas fantasiadas de sacis, outras de onças e nos carros alegóricos vamos ter Jabuticabeiras, representando as caçadas de Pedrinho na floresta”, comenta Paolo Ridolfi.

O artista Sandro Maranho ficou responsável pela ala da Cuca, a bruxa da turma do sítio do Pica-pau amarelo que com seus feitiços faz as crianças morrerem de medo.

“Fizemos um boneco grande da Cuca que vai estar levando seu caldeirão durante todo o desfile, fazendo suas magias.

Vamos fantasiar umas 130 crianças com adereços de sapo, morcego, aranha e outros elementos que a Cuca utiliza nas magias”, diz Sandro Maranho.

A outra ala foi da Tia Anastácia, a cozinheira negra de Dona Benta que prepara comidas deliciosas e vive se benzendo.

Fiel escudeira de Dona Benta, sabe tudo o que acontece na vizinhança.

Para demonstrar essa ala o artista plástico Tadeu dos Santos contou com a participação de crianças e pessoas negras.

“Contamos com aproximadamente 200 crianças nos carros alegóricos.

Na ala da Tia Anastácia também tivemos a presença de pessoas que representam o movimento negro da cidade.

Outra atração que chamou a atenção foram os dois bonecos de 2 metros que abriram e fecharam o desfile da nossa ala”, diz o artista responsável pela caracterização Tadeu dos Santos.

Encenrrando as alas dos personagens do Sítio, o artista Danilo Furlan preparou a ala do Visconde, também conhecido como Marques de Sabugosa, personagem criado por tia Anastácia feito de uma espiga de milho que sempre usa uma cartola na cabeça e é considerado uma enciclopédia ambulante.

Devido a sua constituição física morre de medo de passar perto de um galinheiro.

“Para esta ala contamos com a presença de 130 crianças, caracterizadas de milho.

Outra parte da ala teve a participação do time de basquete de cadeirantes da Universidade Estadual de Maringá”, diz Danilo Furlan.

A Secretaria da Educação finalizou o desfile com a ala O sítio e fora do sítio, com diversas apresentações e convidados.

Algumas das atrações foram os bonecos gigantes da Dona Benta e do Visconde, carro alegórico do livro, apresentações de dança, capoeira, coral e banda, além de crianças caracterizadas com os projetos realizados pela Secretaria da Educação, como o projeto Robótica, Xadrez e de Inglês.

Para a secretária da Cultura, Flor Duarte, o desfile correu dentro do previsto e foi um sucesso.

“Apesar da crise que assola o país Maringá está sempre crescendo, se desenvolvendo e trará ainda muitas alegrias para nós”, destacou o representante da Câmara dos Vereadores, Mário Hossokawa.

O deputado Ricardo Barros destacou a importância da Cidade que apesar de jovem já demonstra a grande força que tem no Paraná e no Brasil.

“Estou feliz por estar aqui comemorando o aniversário de Maringá.

Nasci aqui, cresci aqui e deposito minhas forças de trabalho aqui para permitir que Maringá e sua comunidade tenham melhor qualidade de vida”.

Para encerrar as comemorações convidados especiais desfilaram na última ala, como misses, bailarinas, grupos de terceira idade, atletas e participantes dos clubes do fusca, jeep e motocicletas.

A dona de casa Ana Maria Piolli faz questão de acompanhar o desfile todos os anos.

“Moro num prédio que fica em frente ao desfile e mesmo podendo assistir da janela do apartamento, prefiro descer e sentir a energia positiva que as pessoas que participam passam para o público que assiste”.

Para Maria Alice de Souza, dona de casa, é uma emoção poder trazer todos os anos os filhos para acompanhar as comemorações.

“Trouxe quatro filhos e seis netos para assistirem ao desfile.

Acho que além de ser uma homenagem à nossa cidade, não podemos perder o desfile porque é uma oportunidade cultural de conhecer e aprender novas coisas”.

Pmm