Flim confirma mais dois nomes: Gero Camilo e Antonio Nóbrega

A 4ª Festa Literária Internacional de Maringá (Flim), que será realizada de 26 a 29 de outubro, tem mais dois nomes confirmados: Gero Camilo, autor de Macaúba da Terra, e Antonio Nóbrega (Marco do Meio Dia). Em julho foram anunciados os escritores Ruiz Ruffato (Eles eram Muitos Cavalos) e José Roberto Walker (Neve na Manhã de São Paulo). Outros autores estão em fase de negociação para participar do evento.

Gero Camilo fez carreira no teatro e no cinema antes de se aventurar na literatura, com participações relevantes nos filmes ′Bicho de Sete Cabeças′ e ′Carandiru′. Em A Macaúba da Terra, o escritor reúne conto, peças curtas e outros escritos, resultado da experiência acumulada ao longo da carreira. Sobressai no livro influências regionalistas, destacando-se a prosa de Guimarães Rosa e o teatro de Ariano Suassuna.

Antonio Nóbrega integrou as orquestras da Paraíba e de Recife como violinista antes de ser convidado por Ariano Sussuna para fazer parte do Quinteto Armorial, precursor da criação de uma música de câmara brasileira de raízes populares. Acabou por desenvolver um estilo pessoal de música e teatro, destacando-se como um dos mais talentos e criativos artistas brasileiros.

No romance Eles eram Muitos Cavalos, Luiz Ruffato conecta poesia, música, teatro e prosa em episódios distintos para contar a história de gente simples e anônimas. O livro, de 2001, conquistou os prêmios Machado de Assis e da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e foi publicado diversos países, entre eles França e Alemanha.

José Roberto Walker faz interessante reconstituição histórica do romance entre Oswald de Andrade, um dos nomes mais expressivos do Modernismo brasileiro, e Miss Cyclone no livro Neve na Manhã de São Paulo.O apartamento onde se encontravam também serviu de cenário para debates inspiradores do escritor expoentes da literatura da época, como o poeta Guilherme de Almeida e Monteiro Lobato.

“O formato da feira será menos engessado num figurino em que o visitante apenas observa, sem participar das atividades”, explica o diretor cultural da Secretaria de Cultura, Mateus Moscheta, adiantando que pelo palco do evento, um grande pavilhão, desfilarão não apenas livros, mas uma reforçada programação de performances culturais.

Responsável pela curadoria da feira, o produtor cultural Antonio Carlos Sartini reforça o perfil eclético do evento, que opta pela multiplicidade para concentrar a literatura com diversas outras manifestações artísticas, como música, teatro, cinema e artes visuais. “O texto literário transita por todas as artes. Portanto, é importante trazer isso para a feira”, afirma.

Antonio Carlos Sartini atua na área cultural há mais de três décadas. Foi diretor do Museu da Língua Portuguesa, ocupou diversos cargos na Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e na Secretaria Municipal e produziu espetáculos franceses no país como representante do Ministério da Cultura daquele país no Brasil, incluíndo a apresentação do Ballet de Lyon, um dos mais respeitados do mundo.