A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria da Saúde, intensificou o trabalho de erradicação de focos do caramujo africano (Achatina fulica).De acordo com a responsável pelo setor de controle de pragas e zoonoses, a médica veterinária, Marilda Fonseca de Oliveira, atualmente, a infestação do molusco ocorre em 40 bairros da cidade.Marilda de Oliveira orienta a população a entrar em contato com a Prefeitura assim que constatar a presença do caramujo. Em seguida, os técnicos da Secretaria da Saúde vão até o local para confirmar se a espécie encontrada é a do africano.Se a identificação for positiva, as pessoas são orientadas a capturar e exterminar os exemplares.A médica veterinária explica que a coleta dos caramujos deve ser feita com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos, para evitar o contato da secreção com a pele humana. Os exemplares devem ser depositados em um tambor ou latão para serem incinerados. Depois de queimadas, as conchas devem ser quebradas e enterradas com cal virgem. “A cal evita a contaminação do solo e do lençol freático”, justifica.Água e sabão em pó: para evitar que os caramujos africanos, de propriedades vizinhas cheguem ao seu terreno, a pessoas deve preparar uma mistura de sabão em pó e água, formando uma calda forte. Em seguida, espalhe o produto sobre o muro. Refaça o procedimento a cada três semanas ou após cada chuva.O caramujo a ser eliminado é uma espécie nativa do leste e nordeste africanos.O molusco chegou ao Brasil na década de 80, como alternativa econômica.
A idéia inicial era comercializá-lo a um preço inferior ao escargot, prato exótico e caro oferecido em cardápios de restaurantes de luxo, dos grandes centros consumidores do país.Importado ilegalmente, a espécie foi introduzida em fazendas no interior do Paraná e escapou para o meio ambiente, adaptando-se perfeitamente em várias regiões brasileiras. Em Maringá, os principais focos estão localizados em terrenos baldios. Além de causar doenças, o caramujo destrói plantações e compete por espaços com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção.Hortas e pomares: em relação à doenças, o caramujo pode transmitir a Angiostrongilíase meningoencefálica humana, cujos sintomas são dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso; e a Angiostrongilíase abdominal, que causa perfuração intestinal e hemorragia abdominal. Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos.A contaminação pode ocorrer por ingestão ou pela simples manipulação dos caramujos vivos. Os vermes são encontrados no muco (secreção) dos moluscos.Ao se instalar em hortas e pomares, o animal pode contaminar frutas, verduras e disseminar doenças.O ideal é deixar as verduras, frutas e legumes mergulhados em uma mistura, contendo uma colher de sopa de água sanitária para um litro de água, durante trinta minutos. “Passado meia hora, enxágüe muito bem antes de comer”, orienta Marilda de Oliveira.