Há mais de 20 anos, a Festa da Canção auxilia na manutenção das entidades assistenciais do município. Até o dia 1º de maio, 15 entidades participam da festa realizada no Centro de Convivência Deputado Renato Celidônio (praça da Prefeitura) e a arrecadação nas barracas gastronômicas contribui com projetos para crianças, adolescentes, idosos, famílias em situação de vulnerabilidade social e pessoas com deficiência física.O secretário de Assistência Social e Cidadania, Ederlei Alkamim, ressalta a importância da comunidade participar, principalmente nesse momento de crise econômica, quando diminuem os recursos para o repasse às entidades e o aumento da demanda pelos serviços assistenciais.“Durante a crise aumenta o número de moradores de rua, a demanda de abrigos para idosos e outras necessidades. Neste momento de diminuição de repasses é que as entidades mais precisam de apoio da comunidade”, destaca Alkamim, lembrando que a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc) instalou uma barraca na Festa da Canção para fomentar o voluntariado e informar os objetivos do evento.A Associação de Apoio ao Fissurado Labiopalatal de Maringá (Afim) participa da festa há vários anos e a arrecadação da Barraca Country possibilita a continuidade das ações da entidade, mantida com recursos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) e promoções. De acordo com a coordenadora da Afim, Ana Claudia Tofalini, a participação na Festa da Canção é fundamental para o desenvolvimento das atividades. “A maior parte de nossa arrecadação com as promoções beneficentes vem da Festa da Canção e Festa das Nações. Utilizamos esses recursos, conforme a necessidade, para pagarmos luz, água, telefone e pessoal”, explica.A compra de equipamentos para o tratamento dos pacientes também é realizada utilizando a arrecadação da festa. São 531 pacientes cadastrados de Maringá e de 80 municípios da região no atendimento pré e pós-operatório. “A entidade oferece atendimentos de odontologia, fonoaudiologia, psicologia, serviço social e de apoio pedagógico, imprescindíveis para a reabilitação daqueles que passam por cirurgia nos hospitais de referência de Bauru (SP) e Curitiba”, explica Ana Cláudia.
A Casa Emaús participa da festa com a Barraca do Samba que comercializa flores de Uniflor (PR) e de Holambra (SP), conhecida como a Cidade das Flores. Há mais de 20 anos, a entidade atende 400 pessoas soropositivas de Maringá e de outros 53 municípios da região. O presidente da Casa de Emaús, José Aparecido Dias, explica que a maioria dos atendidos tem entre 25 e 60 anos. “Temos recém-nascidos que não contraíram o HIV mas que também recebem auxílio da entidade. Essas famílias são carentes e precisam de apoio. Além do fornecimento de 1,5 mil litros de leites mensais e distribuição de cestas básicas, promovemos palestras sobre saúde e direitos”, destaca.Apesar de 2016 a arrecadação ter diminuído, Dias tem boas expectativas para venda das flores neste ano e ressalta a importância da Festa da Canção para a entidade que recebe a maioria dos recursos de 8 paróquias maringaenses. “A Festa da Canção e a Festa das Nações são fundamentais para podermos pagar contas da entidade. Se não fossem essas festas, passaríamos períodos com muita dificuldade para pagar os trabalhadores que não são voluntários ou os que cumprem pena alternativa,”explica.O presidente da Casa de Emaús ressalta que devido à dificuldade em conseguir voluntários a entidade que trabalhava há anos com alimentação na festa, optou na comercialização de flores. “No restaurante precisamos de mais pessoas. A alternativa foi mudar para a venda de flores que precisa de menos voluntários”, afirma.O tradicional bacalhau Gomes de Sá e a moda da casa são um dos pratos da Barraca do Fado, organizada pela Casa de Nazaré. Criada há mais de 18 anos, a entidade promove trabalho para a recuperação de dependentes químicas com aulas de canto, artesanato, escola de computação, atendimento psicológico e nutricional. A Casa de Nazaré abriga 20 mulheres de Maringá e região.Atuante há mais de 17 anos na entidade, Marlene Nani lembra que o interesse pelo voluntariado foi despertado desde cedo e a perda de dois primos para o álcool motivou ainda mais a querer ajudar as pessoas. A voluntária da Casa de Nazaré explica que metade dos recursos provém de festas, bingos e outros eventos beneficentes. “Se não fossem essas festas teríamos grandes dificuldades para manter a entidade”, destaca. A Festa da Canção também reúne a Feira de Artesanato com artistas maringaenses. Durante a semana, as barracas começam o atendimento às 18 horas e seguem até as 23 horas. Aos finais de semana e feriados os pratos serão servidos no almoço e no jantar, a partir das 11 horas. Os visitantes também podem acompanhar apresentações de grupos musicais e culturais do município.