A rotina de uma família à espera de um doador compatível para transplante de medula óssea. Foi essa batalha que motivou anos atrás o prefeito Ulisses Maia, na época secretário de Assistência Social e, posteriormente vereador, a criar a Lei 9.943, instituindo a Semana Municipal de Doação de Medula Óssea, a “Lei João Bombeirinho”. Essa lembrança foi evidenciada hoje, no auditório do Hemocentro Regional de Maringá, sediado no Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), durante o lançamento da primeira edição do evento.O nome “João Bombeirinho” surgiu durante campanha feita pela família do menino João Daniel para encontrar um doador compatível. Diagnosticado com leucemia aos dois anos de idade, o garoto recebeu apoio de militares do Corpo de Bombeiros, tornando-se um bombeiro mirim. O transplante foi realizado em outubro de 2012. A família do menino criou o Instituto que leva o nome dele para contribuir com a luta de outras tantas famílias. “Estou curado graças a uma pessoa especial”, disse João Daniel.Como Luely Raimundo Oliveira que convive com essa situação há 5 anos. Seu filho Daniel Raimundo Alves Santos, 16, diagnosticado aos 9 meses com anemia falciforme, há alguns anos a doença se agravou. Os quadros de redução da oxigenação no cérebro provocaram dois episódios de acidente vascular cerebral. As crises de dor o levam a internação frequente e o impedem de ter uma rotina como qualquer outro adolescente. “Precisamos manter a esperança”, diz.
Doadores também apoiam a campanha para mobilizar novos cadastros. Josiane Nunes Brasilino, foi doadora de medula óssea há 2 anos, salvando a vida de uma paciente do Rio de Janeiro. A falta de sensibilidade com a questão da doação foi uma realidade presente na sua vida, o que a motiva ainda mais a buscar novos doadores. “Minha mãe lutou durante 22 anos para sobreviver e, aos 51 anos, faleceu por não ter um rim compatível. Eu cresci vivendo com essa realidade de luta por uma doação e, por isso, apoio todas as ações do instituto para captação de novos cadastros”, enfatiza.A programação da Semana Municipal de Doação de Medula Óssea integra o calendário oficial do município e deve promover palestras nas escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em alguns setores do funcionalismo público. O intuito é disseminar a cultura da doação e mobilizar novos cadastros de doadores em potencial. Com o apoio da Prefeitura, o Instituto João Bombeirinho será o responsável pelas ações.
Saiba Mais - Para fazer o cadastro de doador de medula, basta o interessado ir até o Hemocentro do HU. No local é feita a coleta de 5 ml de sangue para o teste de compatibilidade. O potencial doador deve apresentar carteira de identidade e CPF, ter idade entre 18 e 55 anos, e estar em bom estado de saúde. O cadastro é feito uma única vez e, por isso, manter os dados (telefone, endereço, e e-mail) atualizados é fundamental para localização em caso de compatibilidade. No site da organização (www.joaobombeirinho.com.br) estão disponíveis outras informações e a lista dos locais que fazem o cadastro de doadores de medula óssea em todo o Brasil.