HISTÓRIA

Três prédios são tombados como patrimônio histórico no município

Três prédios são tombados como patrimônio histórico no município
Prédio que abrigava a biblioteca e agora abriga o CAC
O prefeito Roberto Pupin assinou o tombamento de três prédios históricos do município: Museu da Bacia do Paraná (MBP), Auditório Luzamor e o prédio que atualmente abriga o Centro de Ação Cultural (CAC), que ficou nomeado como Luty Vicente Kasprowicz, o primeiro arquiteto da Prefeitura, e também responsável pelo projeto do prédio em questão.

O decreto 1628/2016 oficializa o tombamento do MBP, o 1629/2016 determina o tombamento do auditório Luzamor e o 1645/2016 o edifício Luty Vicente Kasprowicz. “Isso é muito importante para o município e para a própria instituição porque com o tombamento eles podem pleitear financiamento e recursos para reformas, restaurações e manutenção. Todas as leis de cultura têm o setor de Patrimônio Histórico. A comissão conseguiu finalizar os trabalhos desses três estudos e eles estão então tombados”, destaca a secretária de Cultura, Olga Agulhon.

Ela destaca a necessidade do estudo minucioso para que não haja um tombamento excessivamente rigoroso. “Se for muito rigoroso, engessa qualquer modificação necessária da edificação, prejudicando mais que auxiliando”, disse.

Além desses prédios, outra conquista do Patrimônio Histórico nos últimos anos foi o tombamento da Capela Nossa Senhora Aparecida em 2015. “A construção em madeira representa o trabalho exaustivo realizado na derrubada da mata e no processo de criação de obras arquitetônicas como a Capela Nossa Senhora Aparecida, responsável pela formação de uma paisagem singular, importante na formação identitária da região”, observou o gerente de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura, Welington Vilanova. A Capela foi inaugurada em 1953 e demorou três anos para ser construída.

Outros edifícios em que os estudos foram iniciados mas não finalizados foram: fachada do Instituto de Educação, o aeroporto antigo, e o Monumento ao Desbravador, mais conhecido como Peladão.

Museu da Bacia do Paraná

Inaugurado em 14 de abril de 1984, o Museu da Bacia do Paraná funciona na primeira casa construída em Maringá em 1946, a antiga residência do administrador da Companhia Melhoramento Norte do Paraná (CMNP) foi cedida à UEM. A casa possui uma área de 188,75 metros quadrados, foi desmontada de sua localização original e remontada no Campus da Universidade. Seu acervo, chegando a aproximadamente 3,5 mil peças, doado em sua maioria pela CMNP, consta de fotografias, publicações de documentos, fragmentos vegetais e animais, aparelhos e equipamentos topográficos de época e utensílios da cultura indígenas.

O pedido do tombamento do Museu da Bacia do Paraná foi formalizado há três anos, e a partir disso foram iniciados os estudos no Patrimônio Histórico. “Depois de estudarmos o pedido e encaminharmos para a UEM, em julho de 2015, o reitor Mauro Baesso nos enviou o ofício dizendo que estavam de acordo com o tombamento do Museu da Bacia do Paraná”, comentou Olga. “O tombamento só não saiu antes porque havia um problema na questão de desmembramento do terreno da UEM e a regularização do cadastro imobiliário do terreno”, explicou.

A Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Maringá determinou o tombamento do edifício com a preservação dos seguintes itens:

1) A preservação da volumetria e a tipologia da edificação;

2) A salvaguarda de todas as estruturas e materiais descritos neste inventário.

Auditório Luzamor

O Auditório Luzamor foi construído a partir de 1989, sendo idealizado por Sumiko Miyamoto, como forma de estimular a produção cultural da Fundação Luzamor, bem como para ser espaço para atuação de artistas locais e da região. A edificação faz parte da paisagem cotidiana, sendo um marco identitário das manifestações artísticas e culturais ocorridas na cidade.

A forma como o prédio foi concebido, envolvendo esforços de inúmeras pessoas que, através da liderança das irmãs Miyamoto, participaram de bazares, bingos e outras atividades destinadas a arrecadar donativos para sua construção, torna-o ainda mais singular, por revelar uma ação coletiva em prol de um espaço destinado às artes. Além disso, a edificação é referência na formação de inúmeros artistas e marca a atuação de diversos professores, além de ser um elo identitário com o público, que, ao longo dos anos, prestigiou as apresentações e as atividades realizadas naquele espaço.

Na década de 1990, o edifício da instituição passou por transformações na sua estrutura física. Nesse período, ocorreu a construção do anfiteatro e a fachada passou a ter uma arquitetura inspirada no teatro La Scala, de Milão. Com a área construída de 1066,94 m², o edifício abriga o auditório e também as salas de aula nos pavimentos superiores, voltados para o ensino de música.

Para o estudo de tombamento, foi feita uma reunião no dia 10 de junho de 2016 com a presença da secretária Olga Agulhon, do gerente de Patrimônio Histórico, Welington Vilanova, do historiador do município João Laercio Lopes Leal com a diretoria da Fundação Luzamor. “Essa reunião foi feita para esclarecer quais seriam os descritivos e concordaram com o tombamento”, destacou a secretária de Cultura.

A Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Maringá determinou a preservação dos seguintes itens no tombamento do edifício:

a) Fachada do prédio, resguardando as suas características originais;

b) Auditório e sua forma, destacando o mezanino, suas colunas, os arcos e o teto ornamentado com formas ritmadas tipo plissado.

Prédio Luty Vicente Kasprowicz

Inaugurado em 30 de novembro de 1975, o prédio que abrigou por décadas a Biblioteca Municipal Professor Bento Munhoz da Rocha Neto e também já foi o espaço utilizado pela Secretaria de Educação e Cultura abriga atualmente o Centro de Ação Cultural (CAC). O prédio foi projetado por Luty Vicente Kasprowicz, primeiro arquiteto da Prefeitura, que agora será homenageado com a construção. O espaço foi edificado pela Construtora Cruzeiro do Sul.

Além do tombamento, está encaminhado também o estudo da reforma e adequação do espaço. Foram dois anos de análise do edifício, levantamento que passou pelo Conselho de Cultura e a Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural de Maringá. Na proposta, o projeto arquitetônico foi feito por arquitetos da Prefeitura, e posteriormente foram licitados os projetos complementares. Os orçamentos foram realizados e agora resta a licitação da obra. “Está ficando R$ 2 milhões no orçamento de 2017 para a realização desta obra”, pontua a secretária de Cultura, Olga Agulhon.

“O projeto foi demorado porque tomamos os cuidados para preservar as características originais do prédio, que deve receber climatização e elevadores”, explica. Na proposta em questão, o subsolo será utilizado para receber salas de teatro e dança. No térreo serão alocadas as salas de exposições e a Sala Joubert de Carvalho será toda reformada. Para o primeiro andar o espaço está previsto para aulas de artesanato e artes plásticas e no último andar, ocorrerão as aulas de música.

A Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Maringá determinou o tombamento do edifício com a preservação dos seguintes itens:

a) A preservação da volumetria total do edifício;
b) A salvaguarda da fachada externa na íntegra, com aprovação de fechamento de vidro na escada externa e adequações de acessibilidade universal, conforme projeto arquitetônico já aprovado pela própria comissão;

Serviço

Confira a localização dos prédios tombados

Museu da Bacia do Paraná - Av. Colombo, 5790 - Zona 07 - Campus da UEM

Auditório Luzamor - R. Néo Alves Martins, 1704

Prédio Luty Vicente Kasprowicz - Av. Getúlio Vargas, esquina com a Av. XV de novembro

Confira outras ações da Gerência de Patrimônio Histórico de 2014 a 2016:

- Organização e digitalização do acervo;

- Festa de Folia de Reis (todos os anos);

- Missa dos Pioneiros na Capela Santa Cruz (todos os anos);

- Baile dos Pioneiros (2014 - Country Clube, 2015 - SRM, 2016 - Salão social do Parque do Japão);

- Festa Junina do "Seo" Zico Borghi (todos os anos na Gleba Pinguim);

- Licitação da estátua em homenagem aos 100 anos de D. Jaime. O Artista plástico Rizzo já iniciou o trabalho.

- Painel do Café;

- Atendimentos diários ao público escolar, acadêmico e meios de comunicação;

- Cadastramentos de pioneiros e pioneiras;

- Curso sobre a história da música em Maringá, com o historiador João Laércio e o músico Tisley Barbosa (2014);

- Cursos sobre a história de Maringá, com o historiador João Laércio Lopes Leal (2015 e 2016);

- Palestras sobre preservação patrimonial, expografia e outros temas com profissionais de Maringá e outros Estados;

- Edição do livro “História Artística e Cultural de Maringá (1936 a 1990)”;

- Exposições no Museu de História e Arte Hélenton Borba Côrtes:

“A Cidade Canção e os Festivais de Música de Maringá” (2014);

“A história das representações matrimoniais de Maringá, nas décadas de 50, 60 e 70” (2014);

“Nosso Patrimônio: Nossa Gente” (2015);

“História Artística e Cultural de Maringá - 1936 a 1990 - em fotos” (2016);

“A Cultura Escolar em Maringá - 1945 a 1995” (2016).
Secretaria de Comunicação PMM