Maringá se destaca no Índice de Cidades Empreendedoras 2016
Maringá acelerou e passou a capital do Estado e ficou com a 9º colocação.
Em um dos anos mais conturbados da economia e da política do país, o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) chega à sua terceira edição, já trazendo reflexos da crise e apontando um diagnóstico, cada vez mais urgente, para a melhoria do ambiente empreendedor nas cidades. Curitiba, por exemplo, perdeu sete posições em relação ao estudo de 2015 e ficou com a 15ª colocação. Por outro lado, Maringá acelerou e passou a capital do Estado e ficou com a 9º colocação. Além da cultura empreendedora mais favorável no interior, Curitiba tem impostos mais altos, e teve ainda maior recuo na oferta de crédito. Londrina também aparece no ranking na 19ª colocação.
O ICE é realizado pela ONG Endeavor, e avalia o ambiente empreendedor de 32 cidades brasileiras sob a ótica de 60 indicadores, distribuídos nos 7 pilares que mais impactam a vida do empreendedor: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.
Dentre os fatores que mais contribuíram para a queda de Curitiba e a ascensão de Maringá no índice estão:
- A cidade está na contramão da tendência de reduzir o tempo de abertura de empresas: são 18 dias a mais de fila em relação ao ano passado. Com os novos indicadores de complexidade e custos de impostos municipais, a cidade apresentou resultados pouco favoráveis e impostos relativamente mais caros que a cidade de Maringá, por exemplo. Vem logo antes do Rio na penúltima posição de ambiente regulatório.
- Enquanto isso, Maringá tem tributos como ISS e IPTU mais baixos que a capital, além de uma cultura empreendedora mais forte (quesito em que são levados em conta aspectos como percepção sobre a dificuldade de empreender na cidade e o incentivo ao empreendedorismo na família)
- Curitiba aparece em 26ª em mobilidade, 22ª em preço do metro quadrado e 27ª em salários de dirigentes, como a tendência das grandes cidades.
- O maior recuo de oferta de crédito do estudo está em Curitiba (-8,6%, contra a média de expansão nominal de 8,4%).
Outros destaques das cidades paranaenses no ranking:
- Apesar de ter caído no ranking 2016 e ficado atrás de Maringá, Curitiba ficou na frente da cidade do interior do Estado em quatro dos sete pilares analisados
- Maringá perdeu apenas para Natal no pilar cultura empreendedora
- Curitiba ficou com o penúltimo lugar em dois pilares: Ambiente regulatório e Cultura Empreendedora
- A melhor colocação de Londrina foi em Infraestrutura, em que a cidade ficou em 11º no ranking, ainda assim atrás das outras duas cidades paranaenses do estudo.
Outras grandes cidades também caem no ranking
E não foi só Curitiba que despencou no ranking. Outras grandes cidades como Rio de Janeiro (14ª) e Recife (18ª) perderam respectivamente 4 e 14 posições em relação ao estudo anterior.
Na contramão, o interior do país desponta: 6 das 10 cidades mais bem colocadas no índice geral não são capitais. Campinas é a terceira colocada geral, e Joinville subiu cinco posições, alcançando o quarto posto. São José dos Campos aparece em sexto, e além das três, entre as 10 melhores aparecem também Sorocaba, Maringá e Ribeirão Preto.
Os resultados são reflexos da notável qualidade de vida e dos custos mais baixos, com níveis também avançados de capital humano e inovação nessas cidades.
Na edição 2016 do Índice de Cidades Empreendedoras, a cidade de São Paulo mais uma vez domina o ranking pelo segundo ano consecutivo e ainda abre vantagem sobre Florianópolis, a segunda colocada. A maior cidade do Brasil beneficia-se com sua potência econômica e pelas condições de mercado, acesso a capital e conectividade, elevando o nível de todo o estado.
Enquanto isso, Florianópolis, que liderou a primeira edição do estudo em 2014, repetiu os excelentes resultados estruturais, mas sofreu mais em indicadores como o do PIB e o de compras públicas, além de ter perdido parte do seu fôlego no Índice de Inovação, no qual agora está como vice-líder.
Demais regiões do País
Fora do eixo Sul-Sudeste, as condições para empreender ainda têm muito a melhorar - e não é de agora. As melhores cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte brasileiro são Brasília (16ª), Recife (18ª) e Belém (apenas a 26ª). Embora alguns dos melhores índices de Cultura Empreendedora estejam nessas regiões (a cidade de Natal lidera no pilar), as questões estruturais, o capital humano e a inovação são déficits históricos.
É preciso olhar também para as melhorias que podem ocorrer a curto-prazo, como a diminuição da burocracia, que conta com alguns destaques positivos nessas três regiões. A educação pode seguir o exemplo de Teresina e Fortaleza, que vêm avançando consistentemente. Já Recife e Manaus, também atrás do seu potencial, dado o famoso Porto Digital e a Zona Franca manauara, poderiam inspirar as demais cidades a serem mais inovadoras.
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