AGRICULTURA

Emater e Embrapa realizam ação para diminuir uso de venenos em hortaliças

Emater e Embrapa realizam ação para diminuir uso de venenos em hortaliças
Objetivo é reduzir em 40% o volume de agrotóxicos

O Instituto Emater, pertencente ao Governo do Estado, e a Embrapa, do Governo Federal, firmaram termo de parceria para promover no Paraná um projeto de produção sustentável de olerícolas. Nesta safra, serão atendidos 6,5 mil produtores, organizados em 137 grupos de trabalhos. Os técnicos têm como meta reduzir em 15% os custos de produção, aumentar em 20% a produtividade das culturas e garantir às famílias uma renda mensal líquida de R$ 700,00. Outro grande objetivo é reduzir em 40% o volume de agrotóxicos utilizados para tratar as plantas contra o ataque de insetos pragas e doenças.

Segundo o Departamento de Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura (Deral) a olericultura gera uma receita bruta anual de cerca de R$3,3 bilhões no Paraná. A área ocupada com a cultura é de 114 mil hectares com produção de quase 3 milhões de toneladas. O negócio é desenvolvido por cerca de 40 mil famílias de agricultores.

O trabalho de parceria tem início, neste mês, com a cultura do tomate. Por isso, de terça a quinta-feira (30.08 a 01.09), pesquisadores da Embrapa/hortaliças se reúnem, em Curitiba, com os 30 profissionais da Emater que vão realizar as ações de campo para repassar todas as orientações técnicas. Segundo o coordenador estadual do projeto Olericultura da Emater, engenheiro agrônomo Iniberto Hamerschmidt, o enfoque é para a produção de frutos com o mínimo de venenos, uso responsável da água na irrigação e conservação do solo.

"Uma das novidades será o aplicação do sistema de produção Tomatec, desenvolvido pela Embrapa, que preconiza, entre outras coisas, a proteção físcia do tomate contra o ataque de doenças e pragas usando um saquinho especial. Medida que diminui a necessidade de tratamentos químicos para cuidar do fruto resultando na colheita de um produto mais saudável para o consumidor".

ORGÂNICA - O extensionista da Emater acredita que a proposta tecnológica deve contribuir ainda, com o desenvolvimento da agricultura orgânica. "Hoje temos no Estado 1,8 mil famílias de produtores orgânicos certificados, com área plantada de 2,2 mil hectares e colheita de 50 mil toneladas. Temos como objetivo elevar para 2 mil o número de produtores adotadores deste sistema", explica Iniberto.

Cada grupo de produtores atendidos terá um agricultor colaborador que vai ceder a sua propriedade para os técnicos da Emater e os pesquisadores instalarem uma plantação que vai ser considerada modelo e será usada para capacitar, de forma prática, todos os demais integrantes daquele grupo atendido.

Além do tomateiro, serão realizadas ações para desenvolver outras culturas. "No caso da cebola, vamos buscar um resultado inédito, que é o cultivo no verão. Nosso produtor geralmente faz o plantio dessa espécie entre abril e junho. Queremos mostrar que é possível plantar em janeiro. O aipim será outro produto trabalhado com a distribuição de cultivares geneticamente melhoradas e desenvolvidas pela Embrapa", conta Iniberto.

As empresas Agrocinco e Syngenta devem colaborar com o trabalho fornecendo os insumos, principalmente sementes, que serão usados para a instalação da plantações consideradas unidades de referência.