O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) está mudando o sistema de distribuição de vagas para o exame prático de direção e, junto com as autoescolas, discute melhorias no projeto que já foi implantado, em fase de testes, em todo o Estado. A partir de 15 de julho, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) vão conseguir escolher a data e o período para os testes, o que facilita a organização de agendas e o transporte dos candidatos.“O pedido foi feito pelos proprietários e donos de autoescolas. A dificuldade era maior para empresas de cidades vizinhas às Ciretrans, com trajeto mais longo para levar o aluno e o veículo aos exames. Conversamos, nos reunimos e acertamos. O Detran está aberto ao diálogo e esta postura só nos traz benefícios. As autoescolas, assim como todos os parceiros externos da autarquia, estão na ponta do atendimento ao público”, destacou o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.A principal mudança no novo modelo é a adoção de um sistema digital que calcula matematicamente o número de vagas para cada CFC e faz a divisão de forma proporcional. Antes, a distribuição de vagas era feita, em média, uma vez por mês, para cada unidade do Detran, informando o número de processo do candidato, o dia e a hora desejada.Agora, cada autoescola pode fazer o agendamento até as 15 horas do dia útil anterior ao exame. A vaga estará garantida pelo processo, de acordo com a demanda e capacidade da empresa.O sistema prevê ainda uma cota mínima de exames para cada autoescola e, com isso, acabaram os encaixes de horários.O Detran dividiu também os dias de abertura de vagas por Ciretran, assim solucionou problemas de acesso ao sistema de habilitação, que ficava sobrecarregado e travava no dia de distribuição dos exames, quando os 900 CFCs do Estado entravam no sistema.Para a presidente da Associação dos Centros de Formação de Condutores do Estado do Paraná, Olga Catarina Zanoni, a mudança gera expectativas. “Com as novas atualizações é necessário analisar e verificar se vai contemplar tudo aquilo que pedimos. É bom saber que o Detran estará aberto para ajustes conforme nos comunicou”, disse Olga.
DIÁLOGO – Para entender as dificuldades dos CFCs, equipes do Detran visitam empresas e escutam as demandas. O diretor de tecnologia e engenharia, Marcos Aurelio de Araujo Barbosa, explica que a ideia é entender as reivindicações e criar soluções de sistemas e procedimentos que facilitem o dia a dia.“É uma troca de experiências e, com isso, vamos construindo um cenário mais amplo e condizente com a realidade das autoescolas, do Detran e, principalmente, do usuário. Nossa maior preocupação é com o cidadão, então temos de pensar de forma sistêmica em como melhorar o atendimento para ele”, conta.Depois de Curitiba e Região Metropolitana, o grupo inicia na quinta-feira (25) visitas às autoescolas do Interior, começando por empresas de Maringá.Um dos postos pensados pela equipe e aprovado pelos CFCs é a possibilidade de remanejar vagas não utilizadas. “Se o aluno cancelasse ou não comparecesse ao exame, o Detran ficava com o examinador parado, o carro da autoescola ocupando espaço no pátio”, explica o coordenador de gestão da informação do Detran, Rafael Benvenucci.Segundo ele, o Detran já chegou a ter 7 mil vagas abertas e só 5 mil utilizadas, em um mês. “Estas desistências, que antes não eram resolvidas, prejudicavam a nossa capacidade de atendimento e planejamento”, completa.
EXAMINADORES - O Detran faz, em média, 97,8 mil exames práticos por mês, em todo o Paraná. No ano passado, a autarquia alcançou a marca histórica de 1.172.670 testes aplicados. Para ampliar o atendimento, o Departamento investe na formação e capacitação dos servidores.Desde 2011, 1.317 funcionários participaram de cursos de capacitação. Só em 2014, foram formados 120 examinadores e vistoriadores e em 2015 um novo curso está aberto para mais 80 servidores.O Governo do Paraná também investiu nos servidores da autarquia interessados em incluir ou alterar a categoria da Carteira Nacional de Habilitação para trabalhar nas bancas de exames práticos, principalmente para as categorias pesadas, como ônibus e caminhão. Os cursos de direção foram pagos pelo próprio Detran, em um investimento de R$ 950 mil.