PRÊMIO

Estudante maringaense vence concurso internacional de moda inclusiva.

Em sua sexta edição, o concurso recebeu inscrições de todo o Brasil e teve 20 concorrentes na final, entre profissionais e estudantes.

Estudante maringaense vence concurso internacional de moda inclusiva.
Jéssyca Ghirardi venceu 19 finalistas de todo o Brasil


A estudante do terceiro ano de moda da Unicesumar, Jéssyca Ghirardi, venceu o Concurso Internacional de Moda Inclusiva, promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.

A final do concurso aconteceu no dia 15 de agosto, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Para Jéssyca Ghirardi, a participação lhe trouxe uma grande experiência e inspiração ainda maior para pensar em alternativas de roupas para esse público. Com base no tema Casa de Bonecas, a estudante criou uma fantasia de boneca que se transforma em um vestido casual pela própria criança. "A peça conta com todos os detalhes de uma casinha, desde os telhados que são representados por babados, as cortinas presentes nas saias, janelas no corpo do vestido e até as mangas de uma roupa de boneca", explica a estudante. O concurso tinha como proposta a criação de roupas para pessoas portadoras de deficiência, de todos os gêneros e idade. Na avaliação de Jéssyca, o diferencial de sua roupa, feita meninas com idade entre 4 e 12 anos, está na independência que proporciona para a criança. O vestido tem saia na frente, mangas presas por botões (para permitir que a menina remova), abotoamento também frontal e nos ombros, além de uma bolsa em forma de casinha para guardar a sonda. "Penso que muita gente não entende o espírito da moda inclusiva.

Não se trata de criar uma moda diferente, mas adaptar o que já existe no mercado para que haja facilidade para essas pessoas. Conseguir transformar a própria roupa estimula a independência da criança desde cedo", comenta a estudante, que encontrou inspiração em sua história de vida. Quando criança e adolescente, Jéssyca acompanhava a mãe em um trabalho voluntário na Apae de Mandaguari, onde mora. "A ligação para mim sempre foi muito forte com essas pessoas e sempre me questionei o que podia fazer para ajudá-las. Já na faculdade de moda, quando soube desse concurso, imediatamente resolvi participar. A grande lição que tiro é que essas pessoas são muito mais do que a gente imagina. Às vezes, a limitação é mais nossa de achar que elas são diferentes do que delas próprias", disse a estudante.

Jéssyca ganhou como prêmio o contrato de um mês de estágio na Vicunha Têxtil, uma das maiores indústrias têxteis do mundo, patrocinadora oficial do concurso. Além deste e outros prêmios, a estudante diz se sentir feliz pelos muitos contatos que manteve durante o concurso, como o estilista Mário Queiroz, um dos mais reconhecidos hoje do Brasil, que esteve presente na comissão julgadora.