Levantamento aponta índice de 0,8% da dengue neste ano.

O segundo Levantamento de Índice do mosquito Aedes aegypti de 2013, o LIRA, divulgado nesta segunda-feira (9), pela Secretaria de Saúde, aponta para um índice geral de 0,8%, abaixo do considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 1%. Porém, alerta o secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, existem várias regiões de Maringá com índices elevados. No primeiro LIRA do ano, em março, o índice geral foi de 2,4%.

Outro agravante agora é a chuva deste final de semana. O levantamento, realizado entre os dias 2 e 6 de junho, mostrou uma realidade que pode mudar completamente a partir das chuvas fortes em todo o município. “Além disso a dengue se combate também no inverno, porque os casos contunuam a ser notificados e confirmados”, alerta o secretário. Durante a apresentação foi divulgado também os casos até essa segunda-feira, com 7.350 notificações e 2.714 confirmados.

O LIRA voltou a apontar que o lixo e outros resíduos localizados continuam os principais criadouros do mosquito, com 63,2% dos pontos localizados no levantamento. Entre os principais criadouros aparecem na sequência os pratinhos de vasos de plantas, barris e tinas, pneus e depósitos fixos. “Se tirar o lixo e o prato do vaso, resolve 80% do problema, mas são condições que estão dentro das residências e exigem a mobilização das pessoas’, comparou Nardi.

O secretário observou ainda durante a apresentação do LIRA, a queda no número de casos confirmados nas últimas semanas. A partir da décima terceira semana epidemiológica, em meados de março, o registro de casos confirmados caiu significativamente. “Desde o início do ano o prefeito Roberto Pupin determinou uma ação de governo contra a dengue, envolvendo praticamente todas as secretarias municipais, que juntos com o Comitê Municipal de Combate à Dengue vem agindo ininterruptamente”, lembrou.

Nardi destacou também as ações desencadeadas nas mobilizações que resultaram no programa Viver sem Dengue, onde as secretarias de Gestão através da Fiscalização Integrada, Serviços Públicos, Assistência Social e Cidadania e Assuntos Comunitários atuam junto com a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde no combate a pontos críticos de proliferação do mosquito. As ações são realizadas principalmente em locais de risco identificados pelos Agentes Ambientais, mobilizando todas as demais secretarias para o trabalho de limpeza da área e atendimento às famílias.

LIRA

A primeira área de médio risco neste segundo LIRA é da região do Champagnat, Residencial Paulino, Requião II, Paulista e Colina Verde, com 2,5% com 58,3% dos criadouros no lixo intradomiciliar e resíduos, e 16% nos pratos de vasos. A segunda área de médio risco é do Jardim São Domingos, Conjunto Santa Terezinha e o distrito de Iguatemi, com 1,8% e 100% dos focos no lixo e resíduos.

Três regiões da cidade aparecem com índice de 1,3%, considerado de médio risco. A área do Jardim Alvorada, Alvorada I e Alvorada II, e Jardim Ebenezer, com 50% dos criadouros no lixo e outros resíduos, seguido dos barris e tinas de água com 33,3% e o prato de vaso com 16,7%; a região do Duzentão, Cidade Nova, Residencial Eldorado, Cidade Jardim, Sumaré e Jardim Lice, e 33,3% dos focos no lixo e resíduos; e a região da Vila Operária e Zona 8, com 57,1% dos focos no prato de vaso seguido do lixo e resíduos com 28,6%.

Com índice ainda de médio risco em 1,1% está a região do Jardim Ouro Cola, Cocamar, subestação da Copel, posto Boa Vista, Parque Itaipu, Conjunto Inocente Vilanova (Borba Gato), Jardim São Clemente e o distrito de Floriano, com 40% dos focos no lixo e resíduos e outros 40% em barris e tinas, além de 20% nos pratos de vasos. A sétima e última área de médio risco, com 1% de infestação, está a região dos jardins Olímpico, Montreal, Mandacaru e Mancadaru II, com 75% dos focos no lixo e resíduos, seguido dos barris e tinas com 25%.

A primeira área de baixo risco, com 0,9%, é a região dos conjuntos Lea Leal, Branca Vieira, Oásis e Jardim Pinheiros, com 75% dos focos no lixo e resíduos, e outros 25% nos pratos de vasos. Também com 0,9% está a região do Parque das Grevileas, Residencial Quebec, Herman Moraes de Barros, Parque das Bandeiras, Jardim Diamante, Oriental e Cidade e Campo; com 100% dos criadouros no lixo e resíduos.

Com 0,8% de índice aparece a região do Parque Residencial Aeroporto, Porto Seguro I e Vila Nova, com 75% dos criadouros no lixo e resíduos e 25% nos pratos de vasos. Ainda de baixo risco com índice de 0,7% estão a região do Jardim Real, Parque das Laranjeiras e Monte Rey e com 75% dos focos no lixo ou resíduos e 25% em pneus.

Também com índice de 0,7% de infestação aparece a região do Recanto dos Magnatas, Zonas 5 e 6, e Cidade Monções com as infestações em 33% no lixo e resíduos, mesma porcentagem também para os barris e tinas e também 33% em caixas d’água; e ainda com 0,7% a região central, onde 66% dos focos foram localizados no lixo e resíduos e 33,3% nos depósitos fixos.

Com média de 0,5% aparecem três regiões. A primeira na área do Jardim América, Parigot de Souza, Karina, Patrícia e Requião com 100% dos focos no lixo e resíduos; a região da Vila Morangueira e ampliação da Morangueira também com 100% dos focos no lixo e resíduos e a área do Jardim Universitário, Vila Esperança e Vila Esperança II, com 50% dos focos no lixo e resíduos e a outra metade em barris e tinas.

As duas últimas regiões com baixo índice, com 0,2%, são do Parque Hortência e Hortência II, Ney Braga, Moradias Atenas e Jardim Mandacaru I; e a área do Jardim Novo Horizonte, em ambos 100% dos focos no lixo e resíduos. “Podemos notar pelos dados que apesar de todas as ações, campanhas e mobilização, as pessoas ainda não assimilaram a necessidade de eliminar a água parada para evitar a proliferação do mosquito e o crescimento do número de casos de dengue”, reforçou o secretário. As duas últimas áreas não apresentaram índice de infestação. São elas e região das zonas 4 e 7; e do Parque da Gávea, Cidade Alta e Tarumã.

Mobilização

Nardi destacou que o índice zero de focos em algumas regiões não significa ausência da dengue. “O levantamento é feito pelo protocolo do Ministério da Saúde, por amostragem, o que pode não aparecer nenhum foco mas existir sim larvas do mosquito nas residências, por isso a mobilização de todos é essencial”.

O secretário lembrou ainda que Maringá trabalha com dados reais, dentro das estatísticas coletadas por cada unidade da rede, por isso apresentava uma situação crítica enquanto outros municípios aparentemente estavam tranquilos em relação à dengue. “Tivemos a oportunidade de mostrar à comunidade, inclusive na Câmara de vereadores na CPI da Dengue, a forma de atuarmos pela cobrança da situação perante outros municípios. Mostramos como é o trabalho aqui, e hoje mais de 40 municípios paranaenses apresentam uma situação crítica em relação à dengue”, reforçou Nardi.

O trabalho planejado e executado dentro da realidade da dengue, explicou o secretário, pode ser notado nos resultados do LIRA. “Os focos estão no lixo e outras situação dentro dos quintais das residências, e porque não estão nos ferros velhos e borracharias? Porque trabalhamos de forma estratégica com os setores de risco, e nas moradias precisamos da mobilização das pessoas”.

Finalizando a apresentação, Nardi enumerou as principais ações contra a dengue, envolvendo todas as secretarias municipais e os mais de 100 setores ligados ao Comitê Municipal de Combate à Dengue. Foram ações, observou o secretário, onde a imprensa teve a oportunidade de mostrar à comunidade o esforço no combate ao mosquito. “Não falta informação, falta o envolvimento de todos contra a água parada”, cobrou.