TRANSPORTE

Sem subsídio tarifa do transporte coletivo urbano vai a R$ 2,75 em Maringá.

Sem o subsídio ao transporte coletivo pelo Governo do Estado, negado pelo governador Beto Richa, o valor da tarifa urbana passa para R$ 2,75 a partir da zero hora deste domingo, 1º de junho. O prefeito Roberto Pupin lamentou o tratamento do governador a Maringá, lembrando que o município foi o primeiro do interior a assumir a isenção do ISS sobre o transporte coletivo para viabilizar a integração, uma renúncia de R$ 2 milhões ao ano e mantêm ainda o passe livre do estudante, com 70% do subsídio atendendo alunos da rede estadual.

O governador convidou o prefeito Roberto Pupin para uma reunião na próxima semana no Palácio Iguaçu. O prefeito Roberto Pupin ainda acredita na possibilidade do governador rever sua posição. Quando concedeu o subsídio de R$ 90 milhões anuais para Curitiba, o governador também foi reticente nos primeiros momentos. “O governador Beto Richa não pode tratar os moradores da região metropolitana de Curitiba de forma diferente de todo o Paraná, especialmente de Maringá, que tem sido uma grande parceira dos projetos do estado”, afirmou.

O transporte público da região metropolitana da capital recebe um subsídio de R$ 90 milhões ao ano. “O subsídio pretendido por Maringá é de R$ 750 mil ao mês, 10% do valor concedido pelo governo do estado ao sistema de Curitiba e o suficiente para manter as tarifas do transporte urbano sem reajuste”, comparou o prefeito. Pupin destaca que o pleito não é da administração, mas da comunidade. Tanto que o ofício encaminhado ao governador Beto Richa era assinado também pela Acim, Codem e Feabam, representando os usuários.

A expectativa era ainda conseguir a isenção sobre o óleo diesel das empresas que atuam no trecho, permitindo a integração metropolitana para mais oito cidades, Itambé, Floresta, Ivatuba, Doutor Camargo, Mandaguari, Marialva, Iguaraçu e Mandaguaçu. O governador alegou, durante passagem por Maringá, que no momento do Estado não tem condições de assumir esse custo.

O reajuste da tarifa dos ônibus convencionais, pagos com o Cartão Passe Fácil, fica no limite da inflação medida no período, em torno de 7%, ficando em R$ 2,75. A tarifa nos horários fora do pico, pagas também pelo Passe Fácil, continuará a ter desconto de 15%, portanto de R$ 2,34. A tarifa paga em dinheiro passa a ser de R$ 3,25, esclarecendo que o usuário pode optar sem custo ao Cartão Passe Fácil ou mesmo pelo Cartão Avulso, pagando o valor de R$ 2,75.

A tarifa dos ônibus Executivos, pagas pelo Cartão Passe Fácil, será de R$ 3,25, e pagas em dinheiro de R$ 3,75. O valor da tarifa do transporte integrado, no sistema metropolitano Maringá, Sarandi, Paiçandu, para o passageiro que utiliza uma linha urbana após o integrado, dentro do prazo, será de R$ 1,38.

Os fatores que mais influenciaram no reajuste da tarifa foram o aumento no salário dos funcionários e a alteração ocorrida nos insumos que formam o custo tarifário. A folha salarial representa 48% da tarifa, enquanto o reajuste do óleo diesel chegou a 7%. Um outro componente que teve representação significativa no valor do reajuste foi a queda ocorrida no Índice de Passageiros por Quilômetro, em face da expansão da quilometragem rodada nas linhas ampliadas para atender novos bairros.

Mesmo com o reajuste a tarifa de Maringá fica abaixo de algumas cidades do mesmo porte onde os valores já foram corrigidos este ano. Na cidade de Poços de Caldas (MG), Nova Iguaçu, Petrópolis e São João do Meriti (RJ), a tarifa foi para R$ 2,80; em Uberlândia (MG), o valor é de R$ 2,85 e em Teresópolis (RJ), R$ 2.95; e nas cidades de Niterói (RJ) e Blumenau (SC), de R$ 3,00.