SAÚDE

Pesquisa vai diagnosticar situação da saúde do brasileiro.

O Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE, realiza a partir deste mês a 1ª edição da Pesquisa Nacional da Saúde (PNS), que resultará em um dos mais completos diagnósticos sobre a saúde dos brasileiros. O objetivo principal dessa pesquisa, é levantar as determinantes, os condicionantes e as necessidades da saúde, o uso e a avaliação dos serviços de saúde, bem como informações sobre a saúde do idoso, da pessoa com deficiência, da mulher, da criança, sobre as doenças crônicas não-transmissíveis, a dengue, os acidentes e violências, a saúde mental e as desigualdades existentes na população brasileira.

Maringá está entre os 1,6 mil municípios selecionados em todo o Brasil para participar da pesquisa. “Será um diagnóstico completo da situação da saúde do brasileiro e uma ferramenta de extrema importância no planejamento das políticas públicas para o setor”, afirma o secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Para a execução da pesquisa, foi constituída uma equipe de coordenação da PNS, com membros do Ministério da Saúde e IBGE. Serão três questionários: o domiciliar, referente às características do domicílio, nos moldes do censo demográfico e da PNAD; o relativo a todos os moradores do domicílio, que dará continuidade ao Suplemento Saúde da PNAD; e o individual, a ser respondido por um morador adulto do domicílio.

O morador adulto será selecionado, e vai passar por aferições de peso, altura, circunferência da cintura e pressão arterial, bem como coleta de sangue para realização de exames laboratoriais para caracterizar o perfil lipídico, a glicemia e a creatinina plasmática. Uma coleta de urina será feita visando obter dados de função renal e consumo de sal.

Os exames laboratoriais serão feitos em uma subamostra de 25% dos setores censitários selecionados no plano de amostragem. Se consentido, as amostras de sangue serão armazenadas, sem identificação dos sujeitos, para criação de uma soroteca.

O objetivo central da pesquisa será de produzir dados em âmbito nacional sobre a situação de saúde e os estilos de vida da população brasileira, bem como sobre a atenção à saúde, no que se refere ao acesso e uso dos serviços de saúde, às ações preventivas, à continuidade dos cuidados, e ao financiamento da assistência de saúde.

Cobertura

Dentro dos objetivos da PNS está também coletar informações para avaliar o desempenho do sistema nacional de saúde, no que se refere ao acesso e uso dos serviços de saúde e continuidade dos cuidados; estimar a cobertura de plano de saúde, dimensionando a população segurada em cada UF; delinear o perfil de necessidade de saúde, com base na morbidade auto-referida e restrições das atividades habituais.

A PNS pretende também dimensionar a prevalência de deficientes físicos e intelectuais; estabelecer parâmetros consistentes para avaliar a capacidade de resposta do sistema de saúde brasileiro frente às necessidades da população; além de investigar os estilos de vida da população brasileira em relação aos hábitos de alimentação, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e prática de atividade física, e os fatores associados aos comportamentos não saudáveis.

A pesquisa vai estimar a cobertura de exames preventivos de câncer de colo de útero e mama; dimensionar a exposição da população brasileira aos acidentes de trânsito e às violências; estimar a prevalência das principais doenças crônicas não transmissíveis e as limitações provocadas pelas doenças; investigar a atenção fornecida aos doentes diagnosticados com hipertensão, diabetes e depressão, incluindo acesso a medicamentos, exames complementares de diagnóstico e continuidade nos cuidados; estabelecer os padrões de obesidade da população brasileira e os fatores associados.

Através da PNS o Ministério da Saúde pretende delinear o perfil lipídico da população brasileira, com base em exames laboratoriais; além de dimensionar o acesso ao diagnóstico de alguns agravos crônicos, tais como hipertensão, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia, com base na comparação de medidas objetivas (medidas antropométricas, de pressão arterial e exames laboratoriais) e subjetivas (morbidade auto-referida).

Atendimento

Outro ponto a ser levantado pela pesquisa será dimensionar a necessidade de cuidados para a realização das atividades habituais entre as pessoas idosas; ainda avaliar a atenção materno-infantil em relação ao atendimento pré-natal, assistência ao parto e cuidados preventivos e terapêuticos das crianças com menos de 2 anos de idade; investigar o acesso ao atendimento médico, em diferentes níveis de atenção, em termos do deslocamento geográfico, tempo de espera e dificuldades na obtenção do atendimento, medicamentos, exames complementares de diagnóstico e consultas especializadas; e ainda identificar os determinantes que influenciam a estratificação social das condições de saúde, das exposições a fatores de risco à saúde, bem como a capacidade de resposta do sistema de saúde brasileiro.

Com as informações, o Ministério da Saúde terá subsídios para formular as políticas públicas nas áreas de promoção, vigilância e atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e também atenderão a programas prioritários do ministério como a Rede Cegonha, Viver sem Limites, Rede de Urgência e Emergência e Farmácia Popular.

A pesquisa chegará a aproximadamente 80 mil domicílios distribuídos em 1,6 mil municípios por todo o país. O Ministério da Saúde está acionando toda a rede pública de saúde, para a divulgação da pesquisa, orientando a população das cidades selecionadas para receberem os responsáveis pelo trabalho.