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FALTA DE LEITOS E ORTOPEDIA: Reunião na prefeitura viabiliza recursos

Uma reunião convocada pelo prefeito de Maringá, Silvio Barros, com gestores regionais e representantes de instituições e estabelecimentos prestadores de serviços do SUS - Sistema Único de Saúde - resultou na promessa do Governo do Paraná repassar R$ 50 mil mensais para que o Hospital Santa Rita também passe a prestar pronto atendimento e internação para pacientes que necessitem de tratamento de alta complexidade em ortopedia e cardiologia.

A reunião, realizada na tarde e noite da última terça-feira na Sala de Reuniões do Paço Municipal, atendeu a uma solicitação da promotora pública municipal de Defesa da Saúde, Elza Kimie Sangalle, que, em cumprimento à Lei do SUS, solicita a disponibilidade de vagas para internações de pacientes que necessitam de pronto atendimento nos hospitais credenciados à rede pública de saúde.

Segundo a promotora, atualmente estão faltando 149 leitos nos hospitais credenciados para atender a demanda e apenas 60% das vagas contratadas pelo SUS estão sendo disponiblizadas.

Ela sustenta também que a atual falta de leitos implica em maior volume da fila de espera por internações e liberações de exames que, em alguns casos, chegam a demorar um ano.

"Temos como exemplo um caso em que um paciente perdeu todos os movimentos de uma das mãos porque não conseguiu que fosse realizada uma cirurgia emergencial para religamento do tendão", justifica.

MOBILIZAÇÃO: Com base na solicitação da promotora o prefeito Silvio Barros procurou debater com a classe médica, novas ações a serem praticadas no município para suprir a falta de leitos nos hospitais.

Como alternativa para minimizar a questão o prefeito Silvio Barros pediu a compreensão e mobilização conjunta de todo o segmento regional e sugeriu ao diretor geral da Secretaria Estadual da Saúde, Carlos Manoel, o pagamento de um valor adicional temporário ao Hospital Santa Rita, de Maringá, para o pronto atendimento aos casos graves de ortopedia até que seja oficializado o credenciamento da instituição, já solicitado ao Ministério da Saúde.

"Assim como a Santa Casa, o credenciamento do Hospital Santa Rita é essencial para o bom funcionamento do sistema e representa grande avanço na tentativa de solução para o problema da falta de leitos hospitalares para atendimentos de alta complexidade", justificou o prefeito.

R$ 50 MIL:

O diretor geral concordou com o pacto de mobilização proposto pelo prefeito Silvio Barros e se comprometeu em argumentar junto ao Governo do Paraná o repasse de R$ 50 mil mensais ao Hospital Santa Rita, até que a instituição seja credenciada e passe a atender a população com recursos do Governo Federal.

Atualmente os casos graves de ortopedia são atendidos pela Santa Casa de Maringá.

A agilização no credenciamento do Hospital Santa Rita junto ao Ministério da Saúde obteve o apoio, na reunião, do presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (CRESEMS) e atual secretário municipal da Saúde de Marialva, Antonio Carlos Nardi.

"Essa iniciativa é fundamental para beneficiar toda a região e já foi aprovada pelo Conselho Intergestores Bipartite (CIB), que reúne o secretário da Saúde do Paraná e representantes das secretarias municipais de Saúde de todo o estado", garantiu o presidente.

Para o diretor-superintendente do Hospital Universitário, Carlos Edmundo Rodrigues Fontes, a colocação em prática dessa medida poderá desafogar o movimento intenso que a instituição registra diariamente, mesmo não sendo referência em tratamento de casos graves nas áreas de ortopedia e cardiologia.

"O HU tem sido a porta de entrada do sistema e responsável pela maioria dos primeiros atendimentos desses casos.

Em função dessa demanda, grande parte dos pacientes fica 'represada' por falta de vagas e conseqüente possibilidade de repasse para os hospitais credenciados", afirma.

RECURSOS INSUFICIENTES:

De acordo com o superintendente administrativo do Hospital Santa Rita, Hiran Alencar Mora Castilho, a instituição se dispõe a prestar atendimentos de emergência e internação para, em princípio, equacionar o problema.

Entretanto, alerta que os valores repassados pelo Governo Federal sequer cobrem as despesas de custos com o material médico hospitalar necessário.

"Para não haver prejuízo, o hospital precisaria de mais R$ 80 mil mensais para serem adicionados aos valores que hoje são repassados pelo Ministério da Saúde.

Mas esta é uma questão que poderá ser debatida futuramente com o Governo Federal", concluiu o superintendente que também é presidente do Conselho Administrativo da Associação Bom Samaritano, entidade mantenedora do Hospital Santa Rita.
Pmm