ENERGIA

Funai aprova projeto da Usina Mauá para terras indígenas

A Fundação Nacional do Índio (Funai) aprovou o Projeto Básico Ambiental para as terras indígenas elaborado pelo Consórcio Energético Cruzeiro do Sul – formado por Copel (51%) e Eletrosul (49%) e responsável pela implantação da Usina Hidrelétrica Mauá, no rio Tibagi (PR). O projeto relaciona as ações que serão desenvolvidas para reduzir ou compensar os impactos ocasionados pela construção da usina – ainda que nenhuma das terras indígenas contempladas vá ter seu território alagado com o enchimento do reservatório.

As equipes responsáveis pela execução dos programas, compostas por antropólogos e engenheiros agrônomos, já estão trabalhando nas bases instaladas pelo consórcio perto das terras indígenas. Além da coordenação, quatro equipes foram formadas para atender as oito terras abrangidas: São Jerônimo e Barão de Antonina; Mococa e Queimadas; Laranjinha, Ywy Porã e Pinhalzinho; e Apucaraninha.

Mais de 900 famílias serão beneficiadas com a implantação de 17 programas e subprogramas socioambientais. Entre eles estão os de Articulação de Lideranças Indígenas, Apoio às Atividades Agropecuárias, Recuperação de Áreas Degradadas e Proteção de Nascentes, Vigilância e Gestão Territorial, Fomento à Cultura e às Atividades de Lazer e Monitoramento da Fauna e da Qualidade da Água.

O trabalho realizado até a elaboração do documento aprovado pela Funai contou com a participação de moradores de todas as terras indígenas, que também aprovaram as ações propostas depois da realização de vários encontros e oficinas. Realizado ao longo de dois anos, o trabalho também foi acompanhado pelo Ministério Público Federal.

A USINA – A Usina Hidrelétrica Mauá está em fase final de construção na porção média do rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira. Quando concluída, terá potência instalada de 361 megawatts – energia suficiente para atender o consumo de aproximadamente um milhão de habitantes. O projeto inclui ainda uma subestação e duas linhas de transmissão, que vão conectar a Usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Além das ações voltadas à população indígena, o Consórcio Cruzeiro do Sul implementa outros 34 programas ambientais na região, que incluem conservação da fauna, da flora e do patrimônio arqueológico, controle de qualidade da água, remanejamento e monitoramento da população atingida, proteção de abelhas melíferas, educação ambiental, entre outros. O investimento total no empreendimento é de cerca de R$ 1,2 bilhão.