O “Arraiá do Seo Zico Borghi”, como é conhecida a tradicional festa junina promovida todos os anos em Maringá, deve reunir mais de 4 mil pessoas neste sábado (23), a partir das 18 horas, saindo do sítio do seu Zico até a Escola Municipal João Gentilin, que fica localizada na Estrada Pinguim. A entrada é gratuita. A festa é organizada pela Prefeitura de Maringá desde 2005, quando se tornou patrimônio histórico imaterial do município, através da lei nº 8111/2008.Para a promoção da festa, a Secretaria de Cultura se organiza todos os anos contratando empresas de eventos para garantir que todas as necessidades sejam preenchidas. A secretária de Cultura, Flor Duarte, comenta que a Prefeitura dá todo o respaldo para que o evento seja um sucesso. “É uma festa que começou com os pioneiros da cidade e preserva as mesmas características culturais até hoje. Atrai milhares de pessoas e a cidade reconhece esse mérito”, destaca.O tradicional arraiá é conhecido como uma das mais completas festas juninas de Maringá, já que oferece os elementos mais tradicionais das comemorações. Além de ser uma festa totalmente gratuita, conserva as características originais das festividades rurais, como a brincadeira do pau-de-sebo, terço, missa, quadrilha, baile, alimentos típicos e, entre outras coisas, a fogueira, cumprindo a tradição de pisar nas brasas ao final do evento. O “Seo Zico” - apelido dado ao pioneiro Annibal Borghi – lembra que a festa é uma forma de preservar as tradições. “Antigamente todas as famílias comemoravam os dias de São João, São Pedro e Santo Antônio e aos poucos essa tradição foi acabando, mas nós continuamos com a festa”, finaliza.Seo Zico BorghiSeo Zico, grande contador de causos, chegou em Maringá com 12 anos de idade, em 1946. Com a família que morava em Cornélio Procópio, veio para a cidade canção, atraído pelas propagandas da Companhia de Terras Norte do Paraná, em busca de uma terra fértil para colher as glórias do café.Ele relata que como o trabalho era muito pesado, foi preciso encontrar formas que aliviassem o cansaço. As festas cumpriam essa função e promoviam o encontro da comunidade. Com o tempo, porém, deram espaço a outras manifestações.
Em 1982, Seo Zico tentou reativar a tradição, realizando em seu sítio uma festa para poucas famílias. A iniciativa cresceu e continua atraindo muita gente. Deixou de ser no sítio do pioneiro, mas continua na zona rural. Seo Zico orgulha-se do feito e acredita ser o responsável por alguns casamentos que só aconteceram depois das simpatias para Santo Antônio feitas aos pés do mastro. O pioneiro garante que funciona.HistóricoA festa junina do Seo Zico Borghi é realizada desde 1982 no sítio Boa Esperança – Gleba Pinguim, em homenagem aos três principais santos do mês: Antonio, João e Pedro. Seu idealizador e realizador é o pioneiro Aníbal Agenor Borghi, que chegou em Maringá com a família em 1946, quando ainda contava 11 anos, procedente de Cornélio Procópio.A lei nº 8111/2008, posteriormente alterada pela lei nº 8449/2009, transformou a festa em patrimônio histórico de Maringá, registrada no livro tombo como o primeiro bem cultural de natureza imaterial da cidade e, mais do que isso, do Estado do Paraná.De acordo com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), “O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana”.Para melhor atender a comunidade, em 2007 a festa passou a ser realizada na Escola Municipal João Gentilin, que oferece estrutura mais adequada para os vários momentos da festividade, pois a cada ano atrai um número maior de visitantes, tendo reunido em 2010 mais de 2 mil pessoas.