A Copel, em consórcio com a chinesa State Grid Brazil Holding (maior empresa de transmissão de energia elétrica do mundo), arrematou nesta sexta-feira a concessão para construir e operar 1.605 km de linhas e quatro novas subestações que vão transportar até o maior pólo consumidor do Brasil (a região Sudeste) a energia produzida nas cinco hidrelétricas projetadas no rio Teles Pires, no norte do Mato Grosso. O investimento é estimado em R$ 2,7 bilhões. Serão os maiores empreendimentos de transmissão da história da Copel.A concessão foi obtida em leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O prazo para entrada em operação das novas instalações será de 32 meses a contar da assinatura dos contratos de concessão, cuja validade será de 30 anos.A Copel já é responsável pela construção de uma das cinco hidrelétricas projetadas no Rio Teles Pires, a de Colíder, com 300 megawatts de potência.VALORIZAÇÃO – “O projeto de devolver à Copel sua condição de potência e referência dentro do setor elétrico brasileiro já é realidade”, afirma o presidente da empresa, Lindolfo Zimmer. “O governador Beto Richa fez uma opção definitiva de valorizar o patrimônio público representado pela Copel”, acrescenta.Zimmer destaca que o princípio de agregação de valor à companhia foi, mais uma vez, o principal vetor da sua participação no leilão: “As obras que a Copel arrematou, e que na prática duplicam o tamanho atual do sistema de transmissão da companhia, são rentáveis, lucrativas e trarão bom retorno”.
“Estas obras têm um significado especial para quem faz linhas e usinas. É muito gratificante ver o objetivo principal da Copel sendo atingido através de novas iniciativas de construção”, diz o diretor de engenharia da empresa, Jorge Andriguetto Jr.OBRAS – Os dois lotes disputados e vencidos pelo consórcio integrado pela Copel (que terá participação de 49% em ambos) integram o sistema de transmissão que reforçará as condições de atendimento ao consumo do estado do Mato Grosso e, principalmente, interligará em extra-alta tensão (500 mil volts) o pólo de geração formado por cinco usinas hidrelétricas em construção ou previstas para a bacia do Rio Teles Pires, no norte daquele estado, ao Sudeste do País, onde se concentra a maior demanda por energia elétrica.O primeiro lote, que deverá demandar investimentos estimados pela Aneel em R$ 1,8 bilhão, é composto por três subestações nas cidades matogrossenses de Paranaíta, Cláudia e Paranatinga, mais 1.005 quilômetros de linhas (na tensão de 500 mil volts em circuito duplo) para conectá-las.O lance vencedor do consórcio Copel e State Grid foi de uma receita anual de R$ 126,4 milhões, correspondendo a um deságio de 43% sobre o valor fixado como limite pela Aneel.SEGUNDO LOTE – O segundo lote arrematado compreende mpreendimentos nos estados do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Entre as obras previstas está a construção de uma segunda subestação em 500 mil volts junto à usina hidrelétrica de Marimbondo, de propriedade da empresa Furnas, mais duas linhas de transmissão na mesma classe de tensão: uma, em circuito simples, entre as subestações Ribeirãozinho e Rio Verde Norte (Goiás), com extensão de 250 quilômetros, e outra em circuito duplo conectando Rio Verde Norte à futura subestação Marimbondo II, com 350 quilômetros. O conjunto de obras absorverá R$ 900 milhões em investimentos, conforme estimativas da Aneel.O lance vencedor, de R$ 73,08 milhões como receita anual, representou deságio de 37% sobre o limite estabelecido pela Aneel. As obras reforçarão o atendimento à região Sudeste, permitindo o escoamento e aproveitamento do potencial hidrelétrico proveniente das usinas de Colíder e Teles Pires.