AGRICULTURA

Exército deve reforçar fiscalização para evitar entrada de gado paraguaio

O Paraná deve receber apoio das Forças Armadas nas ações de prevenção na fronteira com o Paraguai para evitar a entrada de gado do país vizinho. No início da semana, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) confirmou novo foco da febre aftosa em uma propriedade no departamento de San Pedro, no Paraguai.

O Exército já ajuda na fiscalização no Mato Grosso do Sul. Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, a decisão foi discutida durante reunião realizada quarta-feira (04) na Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Curitiba. O pedido foi encaminhado para o Governo Federal. “Devemos estar atentos e ampliar a vigilância permanente que já fazemos em nossas barreiras”, adiantou Ortigara.

A participação do Exército e das polícias Federal e Militar nesse controle será mais um reforço no trabalho que os técnicos do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) já realizam nas barreiras fitossanitárias existentes nas nossas fronteiras do Estado com o Paraguai e Argentina, explicou o secretário da Agricultura.

INSPEÇÃO – Norberto Ortigara estará nesta sexta-feira (06) com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, no Mato Grosso do Sul, em Campo Grande e Ponta Porã, visitando os locais de inspeção e acompanhando o trabalho de fiscalização. “É uma ação conjunta, onde todos somos parceiros. A situação nos preocupa, mas neste momento devemos impor restrições ao comércio de carne bovina, e a entrada de animais do Paraguai”, completou o secretário.

A fiscalização também é reforçada nos três postos fixos próximos às fronteiras com o país vizinho, com o funcionamento de arcolúvios para a desinfecção de veículos procedentes do Paraguai, em Guaíra, Santa Helena e Foz do Iguaçu. “Estamos fazendo o que é necessário para evitar a entrada de qualquer produto que possa representar risco ao gado paranaense. A determinação é exercer poder de polícia em toda a faixa de fronteira”, reafirmou o secretário.

Norberto Ortigara lembrou que os paranaenses devem evitar adquirir carne, ou novos animais do Paraguai. “O preço desses produtos devem cair no país vizinho, e isso pode ser um atrativo. Mas o perigo de contaminação é muito grande e precisa ser evitado”, disse o secretário.

VIGILÂNCIA – O novo foco de febre aftosa no Paraguai é o segundo registro em menos de seis meses. Em setembro, cerca de 820 cabeças de gado foram sacrificadas em San Pedro. A região fica a cerca de 230 quilômetros de Guaíra e a 130 quilômetros do Mato Grosso do Sul. No caso atual, os números preliminares indicam 131 animais suspeitos e 15 com contágio confirmado. Os números foram informados pelo governo paraguaio à Organização Internacional para Saúde Animal (OIE).

Os técnicos da Divisão de Sanidade Animal (DSA) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento pedem atenção especial para que as cargas das espécies suscetíveis (bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos) que entrem no Paraná sejam vistoriadas com prioridade.

A movimentação de bovinos deve ser registrada no cadastro da DSA. “Nosso procedimento é que os fiscais dos postos fixos façam a comunicação imediata às Unidades Neterinárias de toda carga de animais que ingressarem no Paraná, para que sejam vistoriadas na propriedade de destino no menor tempo possível. As prioridades são as cargas de bovinos vindas do Mato Grosso do Sul, principalmente as procedentes de municípios de fronteira com o Paraguai”, ressaltou o médico veterinário Walter Carvalho Ribeirete, responsável pela Área de Febre Aftosa da Secretaria.