AGRICULTURA

Estados do Sul discutem reforço na fiscalização na fronteira com Paraguai

O Paraná vai estudar formas de reforçar a fiscalização da Defesa Sanitária na região de fronteira com o Paraguai, país que está enfrentando focos de febre aftosa numa região a cerca de 200 quilômetros do município paranaense de Guaíra. O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, participou nesta sexta-feira (23), em Porto Alegre (RS), de reunião com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e disse que vai discutir o assunto com o governador Beto Richa.

O ministro e o secretário nacional de Defesa Agropecuária, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, reuniram-se com os secretários de Agricultura do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Eles pediram o apoio dos Estados para reforçar a fiscalização na fronteira com o Paraguai e Argentina para eliminar qualquer risco sobre a entrada de animais suscetíveis à febre aftosa em território brasileiro.

O Paraná já tomou uma série de medidas para evitar a circulação do vírus da febre aftosa no estado, com vistas a reforçar a fiscalização e o rastreamento de animais. Segundo Ortigara, uma das possibilidades para reforçar ainda mais a vigilância é solicitar apoio da operação militar Ágata II para monitorar o trânsito de animais, produtos e subprodutos de origem animal oriundos do Paraguai. A operação, promovida pelas Forças Armadas na fronteira Sul do País, é de fiscalização e repressão ao tráfico de drogas e tem o apoio da Polícia Federal e das polícias militar e civil do Estado. Para Ortigara, militares e policiais poderiam auxiliar no monitoramento da fronteira, principalmente sobre o Rio Paraná.

Os secretários apresentaram ao ministro da Agricultura todas as providências adotadas nos Estados para eliminar qualquer risco sobre a disseminação da febre aftosa no rebanho brasileiro. Em atendimento ao pedido do ministro, os secretários vão solicitar atenção e mobilização total dos Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSAs) e prefeitos para que atuem junto aos produtores.

A preocupação, disse Ortigara, é evitar que os produtores, animados com a queda no preço do boi nos países vizinhos, tentem trazer animais ou produtos de forma irregular, “o que seria desastroso para a pecuária brasileira”. De acordo com o secretário, o Brasil e o Paraná estão num processo de erradicação da febre aftosa, sem vacinação, e qualquer desvio ou desatenção poderá colocar em risco todo esse trabalho.