O governador Beto Richa e o ministro da Defesa, Celso Amorim, acompanharam nesta quinta-feira (22), em Foz do Iguaçu, o desenvolvimento da operação militar Ágata II, promovida pelas Forças Armadas na fronteira Sul do País, com o apoio de diversos órgãos de fiscalização, da Polícia Federal e das polícias militar e civil do Estado.As ações militares de fiscalização e repressão ao tráfico começaram na semana passada. O resultado foi a apreensão de 2.200 toneladas de drogas na região. Richa e Amorim fizeram um sobrevoo de helicóptero pelo Rio Paraná para conhecer os pontos vulneráveis da região. O governador destacou que a instalação do Batalhão de Fronteira da Polícia Militar, autorizada na semana passada, vai reforçar a segurança na região. A unidade terá sede em Marechal Cândido Rondon e contará com um efetivo de 500 soldados.Richa reafirmou a importância de medidas integradas para combater o tráfico de drogas e armas e o contrabando de outros produtos. “Precisamos criar uma barreira de proteção da nossa fronteira. Vamos ampliar os trabalhos conjuntos entre o Estado e o governo federal para que as ações possam dar melhores resultados”, destacou o governador durante visita ao Comando de Operações do 34º. Batalhão de Infantaria Motorizada.EXEMPLO - Celso Amorim destacou a importância da iniciativa estadual em criar um batalhão de fronteira e disse que a ação poderá servir de exemplo. “Boas iniciativas devem ser ampliadas para todas as regiões”, disse. Ele explicou que o governador Beto Richa esteve em Brasília e solicitou ajuda do Exército na fiscalização dos 400 quilômetros de fronteiras, de Guaíra a Barracão. “O que chama a atenção nessa operação é justamente a integração de forças”, disse ele.O ministro informou que essa é a primeira vez que se estabelece uma coordenação conjunta para atuar em pontos estratégicos das fronteiras brasileiras. A operação Ágata II é realizada simultaneamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. São mais de sete mil homens, sendo mil nas fronteiras do Paraná com Argentina e Paraguai.
Para o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, a complexidade da região de Foz do Iguaçu, com o Lago de Itaipu e o Rio Paraná, impõe o uso de equipamentos específicos. “A sinergia entre as forças policiais é o caminho para combatermos a criminalidade em área com a complexidade da fronteira”, afirmou ele.O secretário disse que outras duas iniciativas do governo estadual vão contribuir para reforçar a segurança na fronteira: a implantação do batalhão da Polícia Militar em Cascavel e a Instalação da primeira base descentralizada do Grupamento Aéreo (Graer) em Foz do Iguaçu, onde já funciona o Gabinete de Gestão Integrada de Segurança, resultado de parceria com o governo federal.OPERAÇÃO - Durante a operação Ágata II estão sendo realizadas ações de checagem de aeronaves e de combustível, atracadouros clandestinos, patrulha naval nas calhas dos rios, bloqueio e controle de estradas, reconhecimento especializado de fronteira, revista de veículos, embarcações, interceptação de aeronaves suspeitas e ações cívico-sociais nas comunidades carentes.Na primeira semana nos quatro estados apreendeu ainda 650 quilos de explosivos, oito armas de fogo, 510 quilos de agrotóxicos, 2,4 mil sacolas de produtos eletrônicos. Também interceptou 29 aeronaves, encontrando 25 em situação regular.Os objetivos centrais das operações são a redução dos índices de criminalidade e o enfrentamento ao crime organizado, principalmente o tráfico de drogas, armas e ilícitos ambientais e fiscais, como o contrabando. No mês de agosto, foi realizada a Ágata I nas fronteiras da região Norte do Brasil.Além das polícias estaduais, federais e forças armadas, as operações envolvem a participação da Secretaria da Receita Federal (SRF), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Força Nacional de Segurança Pública e Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).