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Londrina abre hoje programação do FILO, apostando em peças de formatos pouco usuais

Londrina abre hoje programação do FILO, apostando em peças de formatos pouco usuais
Quijote. Adaptação do livro de Cervantes vinda da Espanha.
A chuva dos últimos dias, as baixas temperaturas e, principalmente, a reunião de atores e companhias de várias partes do mundo tornam a "pequena Londres" mais parecida com a capital inglesa, cidade que deu origem a seu nome. De hoje até o dia 26, Londrina se transforma na capital do teatro com a realização do tradicional Filo (Festival Internacional de Londrina).

Como enfatiza, orgulhosamente, o diretor do evento, Luiz Bertipaglia, há apresentações para todos os gostos, gêneros e faixas etárias. O norte do Paraná será, assim, palco de diversos estilos de trabalho e linguagem, como teatro visual, gestual, de bonecos e de manipulação de objetos. "Teremos espetáculos das mais diferenciadas tendências e propostas artísticas", afirmou Bertipaglia, em seu escritório, durante os preparativos finais para o início da programação.

Além dos grupos nacionais (leia mais informações no texto ao lado), o Filo terá, na 43.ª edição, 12 trupes internacionais vindos de diferentes pontos da Europa, da América do Sul e da Ásia, oferecendo mais de 90 apresentações. Elas não serão feitas apenas em salas de espetáculos. Como de costume, haverá a necessidade da utilização de parques e praças, por causa da carência de espaços de bom nível na cidade.

Uma das principais atrações será exibida pelo Bambalina, da Espanha: Quijote, adaptação para o teatro de bonecos do clássico escrito por Miguel de Cervantes, sucesso na Europa. Em anos anteriores, esse estilo de encenação foi dos mais concorridos no festival. Desta vez, não será diferente. Os ingressos para suas duas apresentações (dias 25 e 26) se esgotaram em algumas horas. O Bambalina é referência no meio e roda o mundo há mais de duas décadas.

Um espetáculo que promete ganhar os holofotes é o Keskusteluja (Discussões), da organização WHS, da Finlândia. O malabarista Ville Walo e o ilusionista Kalle Hakkarainen mesclam as novas tecnologias com aparatos antigos e promovem um "show multifuncional", com dança, teatro, vídeo e marionetes. Algo diferente do que o público brasileiro está acostumado a ver.

Máscaras. "Diferente" também será a peça Teatro Delusio, da companhia alemã Familie Flöz, que enfatiza a mímica e o figurino. Os atores atuam com máscaras e, em nenhum momento, ficam com o rosto descoberto. "A proposta é incluir espetáculos inusitados e ousados para o público e mostrar todas as formas de manifestação artística", explicou Bertipaglia.

Um dos principais nomes do teatro argentino contemporâneo, o professor e diretor Alejandro Catalán traz ao Brasil Amar, drama denso que retrata momentos mais íntimos e fraquezas de três casais. Uma curiosidade marca a peça: não há o uso de refletores. Os atores que estão fora da cena se encarregam da iluminação com lanternas.

A expectativa é de que cerca de 90 mil pessoas acompanhem as atrações do Filo, mesmo número do ano passado - capacidade máxima do festival. O orçamento total, de R$ 1,6 milhão, é garantido pelos patrocinadores, em sua maioria de setores públicos.

Os estabelecimentos comerciais de Londrina celebram o evento, um dos três principais do ano - os outros são a Exposição Agropecuária, em abril, e o Festival de Música, em julho. Nos 17 dias, o Filo movimenta cerca de R$ 1,5 milhão na economia da cidade de 500 mil habitantes em diversos setores, principalmente em hotelaria, gastronomia, vida noturna e comércio.
Estadão