SAÚDE

Saúde amplia idade máxima de doadores de córnea

A idade máxima de doadores de córneas no Paraná passará de 65 para 70 anos, por um período experimental de seis meses, durante o qual será reforçada a vigilância sobre a qualidade das córneas e avaliado o impacto da mudança sobre a redução da fila de transplantes. A medida foi anunciada nesta terça-feira (07) pelo secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, durante reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná. Caputo debateu com deputados e representantes de quatro bancos de olhos formas de ampliar o número de transplante de córneas no Estado.

A ampliação da idade máxima para captação de córneas foi uma reivindicação dos bancos de olhos. O secretário da Saúde concordou com a medida, mas estabeleceu como contrapartida para os bancos de olhos o desafio de, durante os seis meses de flexibilização, zerar a fila ou pelo menos reduzir drasticamente o número de pessoas que aguardam por córneas.

A redução de 70 para 65 anos foi adotada em 2010 pela Secretaria da Saúde em razão do grande número de perda de córneas de doadores acima de 65 anos. Hoje, existem mais de 700 pessoas à espera de doação de córneas no Paraná.

No mês de maio, a Central de Transplantes do Estado realizou 109 transplantes de córneas, o maior número já realizado desde que a central foi criada, em 1995. “Não aumentamos o número de captações, mas ampliamos de 35% para 65% o percentual de aproveitamento das córneas captadas”, destacou a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Arlene Badock.

Outro ponto levantado pelos transplantadores foi a suspensão da necessidade de exames de microscopia. No entanto, apenas três bancos de olhos não possuem o equipamento para esse exame, entre os quais o Hospital das Clínicas, da UFPR.

O secretário comprometeu-se a comprar o equipamento necessário para o HC e manteve a necessidade do exame no Paraná, ponto consensual para os bancos de olhos de Londrina, Maringá e Cascavel. Os outros dois bancos, de Curitiba e Campina Grande do Sul, que são particulares, deverão adquirir o equipamento.

Os outros pontos apresentados pelos bancos de olhos são consensuais, afirmou Caputo Neto, como a descentralização da captação, a necessidade de capacitação das equipes, o fortalecimento dos IMLs e uma campanha estadual incentivando a doação de órgãos.

“Já iniciamos a criação de uma campanha estadual e deveremos mobilizar os cidadãos paranaenses para ampliar a doação de órgãos. As famílias devem estar conscientes da importância deste ato que salva vidas”, finalizou Caputo Neto.

As pessoas que desejarem ser doadores devem avisar os seus familiares, pois serão eles que deverão autorizar a doação.