A Secretaria da Saúde fez nesta segunda-feira (02) um alerta para que a redução da temperatura não leve a população a relaxar nos cuidados com a dengue. Os técnicos lembram que cerca de 98% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, trasmissor da doença, estão dentro das residências e que, pelo acúmulo de locais propícios para sua proliferação, o mosquito é geralmente encontrado nas áreas urbanas. Por isso o combate à dengue deve ser intensificado principalmente dentro das casas e nos quintais.Segundo Michele Caputo Neto, secretário de Estado da Saúde, é necessário ter uma atenção especial ao assunto. “A dengue é um problema sério de saúde pública. Só com o envolvimento dos gestores, sociedade civil organizada e população podemos atuar de forma efetiva para evitar novas epidemias no futuro”, afirma.Com a chegada das temperaturas mais frias, o engajamento da população deve continuar. A Secretaria de Saúde lançou na última quarta-feira (27) o novo Programa Estadual de Controle da Dengue, que norteará as ações do Estado em relação à assistência aos doentes, vigilância epidemiológica e controle do mosquito (Aedes aegypti).O programa também abrange a comunicação, mobilização e responsabilização dos gestores. O Programa Estadual de Controle da Dengue foi lançado durante a primeira reunião do Comitê Gestor Intersetorial e suas ações serão implantadas neste ano.De acordo com o novo programa, a secretaria incentivará a criação de comitês intersetoriais de controle da dengue em todos os municípios do estado. O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, diz que é esperado a participação de toda a população no processo de implantação do programa.“Com estes comitês esperamos que todas as esferas da sociedade se envolvam e discutam quais são as principais ações que podem ser executadas em cada município”, afirmou.
Além disso, outro ponto previsto no programa é a criação de ouvidorias municipais que estarão preparadas para receber denúncias, reclamações e solicitações relacionadas à dengue. Assim que a ouvidoria estiver estruturada, o número de contato deve ser divulgado em todas as unidades de saúde do município para amplo conhecimento do cidadão.Esta é a época do ano mais propícia para se eliminar os criadouros do mosquito. Apesar dos ovos do Aedes aegypti sobreviverem por mais de um ano, eles não se desenvolvem até encontrar um clima favorável para sua eclosão. Segundo Paz, as ações de mobilização devem ser intensificadas, pois são mais efetivas neste período do ano.“Enquanto estamos numa época do ano com temperaturas mais baixas o ciclo de desenvolvimento do mosquito é mais lento, mas eles continuam lá esperando um clima propício para sua eclosão. A recomendação é eliminá-los o mais rápido possível, evitando que eles se tornem mosquitos e refletindo em um verão com menos casos de dengue”, completou.Medidas básicas como manter tampados caixas, tonéis e barris de água são recomendadas. Também é preciso evitar deixar água acumular em pneus, lajes e garrafas. Outra dica é manter os pratos de vasos de plantinhas com areia até a borda.“Com essas simples medidas a população colabora com o combate à doença. O importante é não deixar o mosquito se proliferar e eliminar os ovos que já estão instalados nestes recipientes”, ressaltou o chefe do departamento de vigilância ambiental, Silvio Brandt.NÚMEROS – A Secretaria de Saúde divulgou nesta segunda-feira (02) o informe semanal nº 16. Foram confirmados 16.284 casos da doença, sendo 15.952 autóctones e 332 importados. Somente neste ano, o Paraná registrou 106 casos graves da dengue (febre hemorágica ou dengue com complicações) e 13 mortes.De acordo com o informe, os municípios que mais apresentaram casos confirmados foram Londrina (5.833), Cornélio Procópio (2.461), Foz do Iguaçu (1.729) e Jacarezinho (1.433).