CIDADE

Postos de Saúde: Arrombamentos prejudicam mais de 20 mil moradores

Se não bastassem os prejuízos causados para os cofres públicos, a seqüência de arrombamentos que vem sendo registrada contra as unidades de saúde do município tem provocado queda na qualidade de atendimento a mais de 20 mil moradores de diversos bairros de Maringá.

De acordo com um levantamento realizado pelo setor de Patrimônio, da Secretaria Municipal de Administração, nos pouco menos de três meses deste ano já foram registradas sete ocorrências.

Elas vão desde roubo de fios de pára-raios ­ como ocorreu na unidade de saúde do Conjunto Ney Braga ­ até sistemas completos de computadores da Secretaria Municipal da Saúde.

No começo do ano, por exemplo, foram furtadas 14 das 45 venezianas do Hospital Municipal. No dia 17 deste mês, o alvo foi o Posto de Saúde da Vila Operária, de onde foram roubados dois microcomputadores e uma impressora. Do prédio da Secretaria da Saúde, no centro da cidade, ladrões levaram outro microcomputador e uma impressora.

O caso mais preocupante ocorreu na semana passada no Posto de Saúde do Conjunto São Silvestre, de onde foram roubados quatro computadores, o servidor de rede, quatro monitores coloridos e uma impressora, prejudicando o atendimento a cerca de 8 mil moradores da região que compreende os conjuntos Sanenge, Catedral, Prolar, Sol Nascente e Porto Seguro.

"A falta dos equipamentos roubados provocou lentidão no atendimento, atrasou a entrega de resultados de exames e eliminou dados de fichas e cadastros, entre outros transtornos", afirma o presidente do Conselho Local de Saúde, José Hilário de Melo. Ele calcula que o prejuízo financeiro ultrapasse R$ 20 mil, mas alerta que a maior prejudicada em casos como este é a própria comunidade atendida pela unidade.

"Outro problema grave é que quando o arrombador é preso pela polícia, ele geralmente é solto poucas horas depois por não ter sido flagrante e volta a agir no bairro", reclama a moradora do Jardim Catedral, Marta Inês Wagner.

Segundo o secretário da Saúde, Marco Antonio Rocha Loures, o prejuízo financeiro é significativo, mas o que mais preocupa a administração municipal são os transtornos que a falta dos equipamentos roubados proporciona para os funcionários das unidades de saúde e, conseqüentemente, para o atendimento à população. Ele informa ainda que já se reuniu com o delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial,

Marcolino Aparecido da Costa, solicitando que providências sejam tomadas no sentido de coibir esses atos e reaver os materiais roubados.

"Além de contar com a polícia, pedimos também a colaboração da população para que fique atenta e, à menor suspeita, acione a Ouvidoria Geral do Município, pelo fone 156, ou comunique diretamente a Polícia Militar, pelo telefone 192", apela o secretário.

Com base dos boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil, a Secretaria Municipal de Administração está abrindo sindicância para apurar os fatos e nos próximos dias irá nomear profissionais para acompanhar todo o processo.

PMM