POPULAÇÃO

Controle da natalidade é preocupação nacional

O Ministério da Saúde resolveu investir no Programa Nacional de Planejamento Familiar. A intenção é cumprir a Lei 9.273 de 1996 que diz que este é um direito de todo o cidadão brasileiro.

Controle da natalidade é preocupação nacional

Outro fato que contribuiu para a aceleração do programa foi o crescimento no número de mulheres internadas no Sistema Único de Sáude (SUS) por causa de abortos espontâneos, clandestinos e da gravidez de alto risco.

Somente em dezembro de 2004, mais de 9,3 mil mulheres foram internadas com problemas na gravidez nos centros de saúde e hospitais paranaenses. Em Curitiba foram 1,9 mil internamentos e em Londrina, 366 internamentos.

As curetagens pós-aborto também estão sendo realizadas com frequência. Em dezembro de 2004 foram feitas 785 curetagens no Paraná (7,1 mil no ano). Os campeões neste tipo de procedimento foram: Curitiba (137 em dezembro), Colombo (134), Foz do Iguaçu (75), Ponta Grossa (42), Umuarama (27), Paranaguá (24), Maringá (24), Guarapuava (24) e Cascavel (20). Londrina realizou apenas cinco curetagens pelo SUS em dezembro do ano passado.

Segundo o coordenador do Programa de Climatério e Planejamento Familiar da Secretaria Estadual de Saúde, Jaime Kulak Júnior, cerca de 15% dos abortos feitos no Paraná são clandestinos e foram provocados pelas mães. Essa é a maior razão, segundo ele, da mortalidade materna. Somente no primeiro trimestre do ano passado, foram internadas no Estado cerca de 1,3 mil gestantes com ameaça de abortamento espontâneo. ''A preocupação é muito grande'', declarou ele.

Entre 15% e 30% das gestações são consideradas de alto risco, principalmente nos municípios mais pobres. ''A gestação de alto risco tem relação direta com o nível cultural de um município, saneamento básico, informação e situação econômica da população. Não se resume apenas a questões fisiológicas'', complementou Kulak.

Somente com as curetagens realizadas no Paraná, foram gastos R$ 868 mil do SUS. Isso sem contar as demais despesas realizadas com os abortamentos maternos (quarta maior causa de morte materna no Brasil) e com as gestantes durante o processo de gravidez de alto risco.

Folha de Londrina