ECONOMIA

Dudony entra em recuperação judicial

A Dudony, maior varejista de móveis e eletroeletrônicos do Paraná, não resistiu às restrições de crédito no mercado financeiro e acaba de entrar em regime de recuperação judicial. Com 20 anos de operação, a rede tem 110 lojas, das quais 99 no Paraná e 11 no interior do Estado de São Paulo, e faturou no ano passado R$ 357 milhões. Hoje tem mil funcionários.

Pelo regime de recuperação judicial, a empresa nos próximos seis meses ficará imune a ações movidas por fornecedores e bancos para o pagamento de dívidas, que somam R$ 104 milhões. Em 60 dias, a companhia terá de apresentar o plano de recuperação judicial. O plano prevê o escalonamento da quitação das dívidas. Segundo Fernando Nees, da Martinelli Advocacia Empresarial, que representa a rede de lojas, o plano de recuperação pode vir a incluir a venda de parte da companhia.

Não é de hoje que a empresa está em situação difícil. "Desde o fim do ano passado a rede enfrentava problemas com aumento da inadimplência dos clientes, que chegou a 12%, acima da média do mercado", conta Nees. Ele diz que a empresa vinha negociando com bancos financiamentos. A situação piorou a partir de setembro, com restrições generalizadas aos empréstimos no mercado financeiros em razão da crise.

A gota d?água para companhia, diz o advogado, foi o bloqueio da sua conta bancária feita judicialmente por um banco que era credor da empresa. Na semana passada, o pedido de recuperação judicial foi deferido pelo juiz da 1ª Vara Cível de Maringá (PR).

OUSADIA

Fundada no fim dos anos 80 pelo ex-vendedor Antonio Donizete Busiquia, a empresa nunca teve uma administração profissionalizada, segundo fontes do mercado. Mas, recentemente, traçou um ousado plano de expansão, lastreado em recursos próprios, e descapitalizou-se. Nos últimos tempos, passaram pela companhia consultorias especializadas em reestruturação, cujos planos não foram bem sucedidos, diz a fonte.

Mais recentemente, a empresa teria sido alvo de avaliação de outras redes, como a mexicana Copel, que ensaia a sua estréia no País, e o Magazine Luiza, a terceira maior varejista de móveis e eletrodomésticos.No momento, a rede tenta obter novos créditos com bancos. "A rede pagou o 13.º dos funcionários com dificuldade", conta Nees.