SAÚDE

Representantes da Saúde estudam ações que promovam o parto humanizado

O alto índice de cesarianas no país é um dos motivos de preocupação do Ministério da Saúde que lançou uma campanha de Incentivo ao Parto Normal. Em Maringá o número de partos com intervenções cirúrgicas corresponde a 75% do total de nascimentos no setor público e privado e a Secretaria Municipal da Saúde estuda algumas formas de incentivar o parto humanizado.

Para isso representantes de diferentes instituições, entre elas hospitais e postos de saúde, se reúnem mensalmente no Grupo de Trabalho Humanizado – Humaniza SUS, discutindo formas de incentivo aos pais. De acordo com a coordenadora do grupo, Maria Tereza Lopes, “este é um índice que preocupa a Secretaria da Saúde e os representantes do grupo estão estudando ações que promovam o parto humanizado e diminua o número de cesáreas”, diz, informando que o setor também está atualizando todo o protocolo de pré-natal para agilizar o atendimento nos postos.

Para o ginecologista, Waldemar Puzzi Junior, que atende no posto de saúde do Mandacaru, o parto normal é o mais indicado, já que é natural e oferece menos riscos de trazer complicações para a mãe e o bebê. “No parto vaginal o tempo de recuperação é menor e a mulher não é submetida a um procedimento cirúrgico que pode causar problemas como processo alérgico e choque anafilático. No parto normal a mãe não desenvolve aderência pélvica (quando o intestino gruda na bexiga), o que pode acontecer em cesarianas.”

Outra questão considerada prejudicial pelo médico em relação à cesariana é que algumas vezes a data programada pela paciente e pelo ginecologista, não é a mesma programada pela natureza. “O médico pode se confundir quanto ao número de semanas e a criança pode nascer antes ou depois do tempo correto”, explica.

O ginecologista orienta que alguns casos que recebem indicação cirúrgica na hora do parto são: quando o bebê está sentado, gestação de gêmeos, colo do útero com problemas de dilatação, crianças com má formação e hidrocefalia.

Campanha

O Ministério da Saúde lançou este ano a campanha Incentivo ao Parto Normal. A cesariana já representa 43% dos partos realizados no Brasil no setor público e no privado. Nos planos de saúde, esse percentual é ainda maior, chegando a 80%. Já no Sistema Único de Saúde, as cesáreas somam 26% do total de partos. O parto normal é o mais seguro tanto para a mãe quanto para o bebê. De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde, as cirurgias deveriam corresponder a, no máximo, 15% dos partos.

PMM