TRÂNSITO

Colombo registra quase 20% das mortes no 1° trimestre

A morte por atropelamento de Issami Yamaguchi, 76 anos, na sexta-feira (4), no cruzamento das avenidas Colombo e Paraná, elevou para 18 o número de mortes no trânsito só este ano, em Maringá, reforçando o levantamento do Ministério da Saúde, divulgado recentemente por O Diário, em que aponta o município como a sétima cidade paranaense e a 30ª do Brasil em número de vítimas fatais no trânsito, em municípios com mais de 100 mil habitantes.

Só nos três primeiros meses do ano, 17 pessoas morreram nas vias na cidade e, se depender de avenidas como a Colombo e seus perigosos cruzamentos, Maringá continuará na lista das 50 cidades mais perigosas do País no trânsito.

Do total de mortes no primeiro trimestre, três ocorreram em decorrência de acidentes na Avenida Colombo, que corresponde ao trecho da BR-376 no perímetro urbano.

Quase 20% das pessoas que morreram no trânsito maringaense trafegavam na Colombo ou em seus cruzamentos. Só no encontro das avenidas Colombo e 19 de Dezembro, duas pessoas perderam a vida até o momento.

No trânsito maringaense, a Colombo é a grande vilã, e as autoridades locais reconhecem o problema. A Secretaria dos Transportes de Maringá (Setran), em parceria com a Viapar, está implantando faixas preferenciais para o tráfego de caminhões, medida que visa desafogar o trânsito caótico no local, que corta a cidade de leste a oeste.

A expectativa é que haja uma redução no número de acidentes ao longo dos dez quilômetros da via.

De acordo com a gerente de Educação no Trânsito da Setran, Bárbara Marchesini, o levantamento detalhado do número de acidentes em cada via da cidade, referente ao primeiro trimestre deste ano, deve ser concluído até o final do mês.

Contudo, ela adianta que o ranking das avenidas e cruzamentos mais perigosos não vai diferir muito em relação ao ano passado - quando a Colombo, evidentemente, foi a mais violenta.

Em 2007, o número de acidentes na Avenida Colombo quase se equiparou à somatória das outras três avenidas mais perigosas: Brasil, Morangueira e Pedro Taques. Nos quatro cruzamentos campeões em ocorrências, a Colombo está em todas.

Em 2007, foram 219 acidentes nos cruzamentos com as avenidas São Paulo, Lauro Werneck, 19 de Dezembro e Pedro Taques, colaborando para a indigesta soma de 75 mortes no ano.

Da média de mortes registradas no triênio de 2002 e 2004, em comparação com 2007, o número de vítimas fatais no trânsito maringaense diminuiu 22,4%.

Para efeitos de estatística pode ser um bom sinal, para o comandante do Pelotão de Trânsito do 4° Batalhão de Polícia Militar de Maringá, tenente Roberto de França, no entanto, há muito a ser feito.

“Falando-se em mortes nenhum número é aceitável. É claro que algumas variantes precisam ser levadas em conta, como o aumento da frota e o crescimento da cidade. Verificamos que em boa parte dessas mortes o fator principal é a imprudência.”

Pelo levantamento preliminar da Setran, o tenente França tem razão. Em mais da metade dos acidentes de trânsito com vítima fatal, este ano, ocorreram atos de imprudência.

Três dos envolvidos não tinham habilitação para dirigir (todos jovens condutores de motos), três possivelmente avançaram a preferencial e em outros três casos foi constatada a embriagues dos condutores.

Dois ciclistas morreram, um ao cair e bater a cabeça após pegar a rabeira de um caminhão.

Para efeito de estatística, só se considera como vítima fatal do trânsito a morte ocorrida no prazo de até 30 dias após o acidente. Por isso, oficialmente são 16 as mortes no primeiro trimestre.

A colisão entre duas motos, ocorrida em 4 de fevereiro, não é computada porque um dos condutores veio a falecer em 8 de março.

ACIM