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TAM mantém adecisão de sair de Maringá no final do mês

Nem o apelo de uma comitiva maringaense, que esteve em São Paulo ontem, fez a direção da TAM reconsiderar o fim das operações no Aeroporto Sílvio Name Júnior

A decisão da TAM Linhas Aéreas em deixar de operar vôos no Aeroporto Regional Sílvio Name Júnior, a partir do próximo dia 24, é irredutível. Foi essa a impressão que teve a comitiva maringaense, liderada pelo prefeito Silvio Barros (PP), que ontem pela manhã esteve reunida com a direção da TAM, na sede da companhia, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP).

Membros da comitiva partiram dispostos a negociar - confiantes de que a TAM poderia reconsiderar sua decisão - e retornaram decepcionados com a postura da companhia, que opera em Maringá desde 2005. Mantendo a mesma justificativa anunciada em nota à imprensa, no último final de semana, a diretoria da empresa alegou que vai sair de Maringá por questões mercadológicas.

Uma novidade é que, de acordo com o diretor de Malha e Frota da companhia, Nelson Shinzato, a TAM optou por aproveitar as aeronaves que operavam tanto em Maringá quanto em Caxias do Sul (RS) em outras rotas, inclusive em vôos internacionais. "A principal explicação que nos deram foi que a saída da Varig deixou um vácuo nesse mercado e se a TAM, como empresa brasileira, não ocupar esse espaço, alguma empresa estrangeira vai", declarou o prefeito.

Barros disse ainda que o diretor de aeroportos da TAM, Armando Lucente, fez questão de esclarecer que o desinteresse por Maringá nada tem a ver com o valor cobrado da empresa para poder operar em Maringá. TAM e Gol pagam mensalmente ao Aeroporto Regional Sílvio Name Júnior uma taxa de R$ 29 mil, cerca de R$ 10 mil a mais do que antes da instalação da torre de controle.

"Ficou claro que o problema não é o aumento referente à torre de controle. Se fosse o caso, estaríamos dispostos a negociar", disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Carlos Tavares, que demonstrou descontentamento com a falta de interesse da companhia. "Foi algo estranho, porque não nos foi apresentado nenhum número, nenhuma proposta."

Na opinião de Tavares, a decisão da TAM é equivocada porque vai contra a tendência de crescimento da viação aérea no noroeste do Paraná. "Tive a percepção de que a TAM não conhece a região e não aposta em Maringá. Achei estranho o quanto eles estão irredutíveis em continuar operando na cidade. Dissemos que poderíamos estar melhorando o número de passageiros, mas eles não se mostraram sensíveis."

Para o presidente da Acim, a alternativa será buscar outra empresa que supra a demanda que surgirá com a saída da TAM. "Temos plena certeza de que outras companhias vão aproveitar esse espaço deixado pela TAM. O maringaense não vai precisar se deslocar para outra cidade para pegar avião", garantiu.

Além do prefeito Silvio Barros e do presidente da Acim, Carlos Tavares, participaram da reunião com a direção da TAM o deputado estadual Luiz Nishimori (PSDB), o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), Wilson de Matos Silva, o presidente da Associação Maringaense de Agências de Viagens (Amav), Dirceu Gambini, e o vice-presidente do Maringá e Região Convention & Visitors Bureau (MRC&VB), Fernando Rezende. A comitiva retornou ainda na tarde de ontem de São Paulo, num vôo da Gol.

ACIM