ECONOMIA

Demanda externa incentiva contratações na agroindústria paranaense

A abertura de muitas indústrias avícolas paranaenses para a exportação de seus produtos contribuiu para que o Paraná vivesse um momento histórico na geração de empregos formais. De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieoeconômicos do Paraná (Dieese-PR), em 2007 as indústrias avícolas do estado tiveram um crescimento de 13,01% no número de vagas abertas, empregando mais 4.778 pessoas, totalizando 41.492 trabalhadores no mercado formal. Com esse desempenho, a avicultura industrial contribuiu para que o Paraná alcançasse um dos melhores desempenhos na geração de empregos formais. Segundo o Dieese-PR, em 2007 o estado teve o seu segundo melhor desempenho na geração de empregos formais desde 1992, com a criação de 122.361 oportunidades. Dessas vagas, a maioria está no interior do estado, com 61,1% dos empregos gerados no Paraná. Entre os setores que mais contribuíram para o bom desempeno paranaense, um dos destaques são as indústrias de alimentos, bebidas e álcool, que no total geraram quase 16 mil vagas em 2007, tendo um dos pilares para esse crescimento as agroindústrias da área avícola, responsáveis por 29% das oportunidades geradas pelo segmento.

Um dos motivos para o aumento na geração de empregos na avicultura paranaense está no foco de empresas no mercado externo, ingressando em novos mercados internacionais ou aumentando as vendas em mercados já consolidados. Nesse sentido, as indústrias planejam novos crescimentos e mais contratações para 2008. Um exemplo é a empresa paranaense Frangos Canção, de Maringá, que pretende ampliar a sua capacidade de exportação em 2008, passando de 20% para 70% do total de aves abatidas mensalmente, valorizando o foco externo da produção. Para isso, a empresa está investindo numa produção focada na exportação, respeitando características e exigências típicas dos mercados consumidores. Além disso, irá ampliar o seu quadro de colaboradores, com a contratação de mais 100 novos funcionários voltados exclusivamente para a exportação.

Hoje, a Frangos Canção produz 160 mil cabeças de frango por dia, tendo como principais mercados consumidores o Oriente Médio, Hong Kong e países da África. Neste cenário, a ampliação das exportações aos países do Oriente Médio é uma das prioridades da empresa no primeiro semestre do ano. “Apenas no mês de janeiro, ampliamos em 65% o volume de exportações para esse destino. Nossa meta é transformar o Oriente Médio em receptor de 35% das exportações da Frangos Canção, consolidando-se como o principal mercado da empresa”, explica o diretor industrial da Frangos Canção, Ciliomar Tortola. Levantamento do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) indica que o Oriente Médio é hoje um dos principais destinos do frango paranaense.

Para aumentar a representatividade nesses países, a Frangos Canção irá participar, no final deste mês, de uma feira de alimentos em Dubai. Além do Oriente Médio, a Frangos Canção também pretende ampliar o seu mercado consumidor, com a incorporação da Rússia nesse nicho. “Estamos na expectativa de a Rússia abrir mercado para o frango paranaense, para podermos entrar também nesse mercado”, afirma o diretor comercial da empresa, Rogério Gonçalves.

Produção específica
Para otimizar as relações com o mercado externo, a Frangos Canção se dedica a lançar produtos específicos dentro das exigências de cada local. Para o Oriente Médio, os principais itens são os cortes especiais de perna e peito, além de um tipo especial de frango inteiro. “Apostamos em produtos específicos, respeitando a cultura e as tradições de cada local. Assim alcançamos melhor aceitação do mercado consumidor”, informa Edemir Trevizoli Junior, Gerente de Exportações da Frangos Canção.

Hoje, a empresa produz 250 toneladas/mês de perna e peito desossados (Shawarma) específicos para o Oriente Médio, 2 mil toneladas/mês de frango inteiro especial e 220 toneladas/mês de perna desossada. Os três produtos são voltados especificamente para essa região. “São cortes finos, dentro de características e pedidos feitos especificamente para determinado local. Dessa forma, otimizamos a nossa produção, indo ao encontro com o que o mercado internacional está precisando”, afirma Trevizoli Junior.

Bom momento para as exportações

A avicultura de corte paranaense se prepara para um novo aumento nas exportações, superando a marca histórica de 2007, quando foram comercializados com o mercado internacional 843.658.462 quilos de frango, número 12,30% superior ao acumulado em 2006. “Temos que partir do princípio de que o Brasil responde por mais da metade das exportações mundiais de carne. A expectativa é crescer 20% nas exportações de frango e ter Paranaguá como um novo caminho para os embarques é muito bom para o país”, avaliou o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Uma das metas do ano é transformar o estado num corredor de congelados, ampliando a infra-estrutura de armazenagem na área portuária e os volumes disponíveis para a exportação. A meta é incrementar as exportações pelos portos paranaenses, ampliando inicialmente em 50 mil toneladas por mês o embarque de carnes congeladas, com investimentos de R$ 25 milhões na construção de um complexo público frigorificado com capacidade para 16 mil toneladas, que deverá estar concluída em setembro de 2008, alavancando ainda mais as exportações do estado de frango de corte.

CNC