Prédio da CMNP será tombado hoje
A proteção legal que contempla o prédio obra está embasada nos artigos 216 da Constituição Federal, Decreto-lei nº 25, Lei Estadual nº 1.211/53 e Lei municipal nº 2.297.
Nesta segunda-feira (22), às 16h, na sala de reuniões do gabinete do prefeito, o escritório da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) será inscrito no Livro Tombo das Obras Históricas da Gerência de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura. Será a primeira obra da cidade a ser tombada pelo Patrimônio Público.
A cerimônia irá contar com a presença de autoridades municipais, representantes da Câmara dos Vereadores, do poder judiciário e de organizações sociais, além de Aquedemir Pastrelo e José Luiz Jardim, proprietários da Santa Alice Loteadora S/C, dona do imóvel.
No primeiro semestre desse ano, a loteadora anunciou a intenção de transformar a sede da companhia em um shopping center. À época vários setores da sociedade manifestaram-se contrários à decisão, e um abaixo-assinado com quase 350 assinaturas entregue à prefeitura deu origem à Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do município, que iniciou o processo de tombamento e os estudos sobre a importância arquitônica e histórica/cultural do edifício para a cidade.
A comissão foi formada pelos arquitetos André Almeida Neves, Aline Montagna da Silveira e Luciane Maimone; sociólogo Eduardo Montagnari, também secretário de Cultura; engenheira Inako Kubota; advogada Vanda Cardoso e historiadores Sílvia Zanirato e João Laércio Lopes Leal.
Após três meses de análises, a comissão decidiu tombar apenas o prédio da administração da companhia, edifício principal, com formato em E, localizado na esquina da avenida Duque de Caxias e rua Joubert de Carvalho. De acordo com o relatório final apresentado pela comissão, “a preservação somente desse bloco tem como justificativa o fato de ter sido o centro vivo de toda a atividade da CMNP na região. Esse era o local ao qual as pessoas se dirigiam quando vinham comprar seus lotes de terra e onde tiveram contato com o planejamento inicial da cidade”. O relatório complementa: “esse edifício certamente representa a história do início da ocupação da cidade e registrará em nossas memórias, tanto por sua simplicidade como por suas dimensões, a forma de pensar e construir característicos de Maringá no final dos anos 40”.
Por conta do tombamento, o edifício deve recuperar e manter como originais o formato em E, os materiais de revestimento originais da fachadas (externas e internas) e das coberturas (telhas de barro francesas), a porta de entrada do acesso principal, na esquina da avenida Duque de Caxias e rua Joubert de Carvalho, o ritmo de cheios e vazios das fachadas externas e as placas indicativas dos setores/atividades da CMNP.
A loteadora Santa Alice, proprietária do imóvel, foi comunicada sobre o parecer da comissão no dia 16 de novembro e em resposta datada do dia 18 informou que “não pretende oferecer impugnação ao tombamento, manifestando, desde logo, sua anuência”.
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