Pela primeira vez em 14 anos, maior nota do vestibular da UEM não é do curso de Medicina
Primeiro lugar geral não era de outro curso desde 2011, quando a maior nota foi de Bioquímica.

Pela primeira vez desde 2011, o primeiro lugar na classificação geral em um vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) não foi ocupado por um candidato aprovado no curso de Medicina. Rodrigo Libardi Lulu, de 18 anos, foi aprovado em Ciência da Computação com 356,3 pontos.
O estudante atingiu a nota máxima na redação (120 pontos) e 236,3 pontos nas questões objetivas, que têm valor total de 300 pontos. Apesar do alto desempenho, ele não mantinha uma rotina exaustiva de estudos.
“Todo final de semana eu preparava um roteiro do que eu precisava estudar durante a semana e selecionava conteúdos que gosto. Acredito que o que mais me ajudou a passar mesmo foi a disciplina de estudos do colégio, onde também faço cursinho”, explicou. Apesar da aprovação, Libardi ainda está definindo o que vai cursar na universidade.
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Segundo ele, o pai e o irmão já são da área da computação, mas ele ainda está em dúvida se vai segui-los ou se tentará Medicina. “Eu fiquei surpreso com o resultado, não esperava, tanto que eu fiz vestibular para Ciência da Computação achando que não teria nota para passar em Medicina, então ainda vou tentar Medicina pelo PAS, no final do ano”, explicou.
Estatísticas
No Vestibular de Inverno de 2011, o primeiro lugar geral foi do curso de Bioquímica, com um total de 555,1 pontos. O primeiro colocado de Medicina do mesmo concurso somou 541,3 pontos. No Vestibular de Verão de 2007, a maior nota foi a mesma para dois cursos: Medicina e Odontologia (868 pontos). É importante destacar que o modelo e o valor das provas do vestibular mudaram ao longo dos anos. As últimas alterações foram em 2023.
A graduação em Ciência da Computação vem atraindo mais candidatos ao longo dos anos e aumentando sua concorrência e nota de corte, como explica o coordenador do curso, Nardênio Almeida Martins. “Os dados refletem a crescente importância da tecnologia na sociedade e no mercado de trabalho. Essa tendência é impulsionada pela transformação digital, em que empresas e setores diversos buscam profissionais qualificados para lidar com inovação e novas tecnologias.”
Martins acredita que a procura por cursos da área de tecnologia deve continuar nos próximos anos, pois “o mercado de trabalho reconhece a importância da formação, com empresas buscando cada vez mais profissionais com essa expertise para impulsionar seus negócios”. Ele também destaca que a área “oferece um amplo leque de possibilidades de atuação, desde desenvolvimento de software e análise de dados até inteligência artificial e segurança da informação”.
Outros destaques
Rosimeri Maria de Oliveira tem 55 anos e foi aprovada no curso de Engenharia Têxtil, no câmpus de Maringá. Ela é a candidata mais velha aprovada no Vestibular de Inverno e decidiu voltar à universidade para aprimorar conhecimentos na área em que já atua. “Trabalho como gestora de produção em uma indústria de confecções e acredito que o curso vai me proporcionar um aprendizado mais aprofundado e, principalmente, contribuir para meu crescimento profissional e pessoal”, afirmou.
Oliveira já tem graduação em Letras Português/Espanhol pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na modalidade a distância. Agora, está animada para encarar o desafio de estudar presencialmente. Segundo ela, a decisão de prestar o vestibular foi recente. “Tive pouco tempo para estudar, apenas revisei alguns conteúdos e provas anteriores. Fiquei surpresa quando minha filha viu meu nome em uma reportagem.”
Em contrapartida, Gabriel Fumière de Rezende foi o mais novo aprovado no processo seletivo. Com apenas 14 anos, ele cursa o nono ano do ensino fundamental e prestou a prova como treineiro para Engenharia de Alimentos, no câmpus de Umuarama. “Queria entender como funciona o vestibular, mas não esperava a aprovação ainda neste ano. Eu e minha família ficamos muito felizes”.
Rezende, que mora em Londrina, ainda não decidiu o que pretende cursar na universidade, mas gosta de estudar conteúdos extras das áreas de história e geografia. “Eu não tenho uma rotina de estudos pré definida, geralmente presto bastante atenção nas aulas para fixar o conteúdo e busco informações extras de áreas que gosto”, explicou.
Nos próximos anos, o estudante pretende realizar as provas do PAS e outros vestibulares. Com a aprovação precoce, o processo tende a ser mais tranquilo.
O reitor Leandro Vanalli comenta sobre as aprovações no vestibular de inverno: “celebramos não apenas a aprovação no vestibular, mas o resultado de uma jornada de dedicação, resiliência e esforço incansável. A UEM os recebe em janeiro de 2026, sejam bem-vindos a um ambiente de aprendizado contínuo, de pesquisa inovadora e de oportunidades infinitas. Aqui, vocês terão a chance de transformar não apenas suas próprias vidas, mas a sociedade ao nosso redor”.