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Brasileiros gastam até R$ 30 bilhões por mês com bets, de acordo com Banco Central
Informação foi confirmada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, em audiência no Senado.
Os brasileiros gastaram, de janeiro a março deste ano, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em apostas online, também conhecidas como bets. A informação foi divulgada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e pelo secretário executivo do BC, Rogério Lucca, nesta terça-feira (8), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas no Senado.
A fiscalização desses valores foi facilitada pela regulamentação das bets, que entrou em vigor em 1º de janeiro. Em agosto de 2024, o BC divulgou uma estimativa de até R$ 20 bilhões por mês gastos pelos brasileiros com as apostas.
Cerca de R$ 3 bilhões desse valor saíram dos lares de beneficiários do Bolsa Família e, das 20 milhões de pessoas contempladas com o programa, cerca de 5 milhões pagaram as apostas via Pix apenas em agosto de 2024, dado que preocupou o governo.
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Galípolo afirmou que não tem poderes legais para impedir que os recursos do Bolsa Família sejam utilizados em apostas e que o BC depende das decisões do legislativo para poder fazer algum controle. Além disso, devido ao sigilo bancário e às obrigações legais a respeito de proteção de dados, o BC não pode bloquear as chaves Pix das bets que recebem os recursos do programa social.
O presidente do BC também esclareceu que o órgão pode apenas compilar estatísticas e trabalhar contra a lavagem de dinheiro e o terrorismo. Para fiscalizar, supervisionar ou aplicar sanções, como o bloqueio de transações de bets não autorizadas a funcionar no Brasil, o BC depende da autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), que faz parte do Ministério da Fazenda.
"A Secretaria de Prêmios de Apostas é quem define a bet que está autorizada ou não. O Banco Central, uma vez informado pela SPA, vai dizer para a instituição financeira: 'você tem aí empresas para observar nos seus procedimentos e, a partir de agora, não autorizar mais.' Não é o Banco Central que interrompe uma transação. A partir daí, é a própria instituição financeira que interrompe”, informou durante a CPI.
