59% das residências brasileiras realizam separação de lixo antes do descarte
Índice supera média global de 33%. Confira dados completos.
Levantamento internacional realizado pela Gallup, com 142 mil entrevistados em 124 países, busca mapear e compreender o processo de descarte de lixo em diferentes culturas, zonas de habitação e faixa etária.
O estudo constata que a separação e coleta de resíduos é mais eficiente nas áreas urbanas, enquanto nas áreas rurais os serviços adequados ainda são escassos.
No Brasil, a coleta de resíduos é muito mais frequente em áreas urbanas (97%) do que em áreas rurais (59%), refletindo uma desigualdade na infraestrutura de gestão de resíduos entre as regiões.
Em áreas urbanas, quase nenhuma residência (menos de 5%) afirma queimar seus resíduos, enquanto, nas áreas rurais, mais de um terço (36%) das famílias ainda recorrem à queima.
Esse contraste demonstra que as áreas urbanas no país estão mais avançadas nos processos de gestão de resíduos e este modelo precisa ser estendidos às regiões rurais.
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No entanto, a desigualdade na coleta de resíduos não pode ser atribuída ao poder aquisitivo das famílias, uma vez que a maioria delas recebe serviços públicos de descarte de lixo.
A expansão desses serviços para as áreas rurais, especialmente para as famílias mais pobres, seria uma medida essencial para reduzir a prática da queima a céu aberto.
Desafios no Brasil
No Brasil, altos níveis de queima a céu aberto são observados em estados densamente florestados no norte do país, com metade (50%) das residências no Maranhão relatando que queimam seus resíduos.
O Pará exibe práticas semelhantes, com 41% dos lares adotando a queima a céu aberto para o descarte de resíduos. Ambos os estados enfrentam desafios de infraestrutura similares aos de Assam, na Índia, onde a geografia e a distribuição populacional agravam os problemas de gestão de resíduos.
No entanto, a aparente ausência de queima a céu aberto em domicílios no estado do Amazonas indica que soluções eficazes são possíveis nessas regiões.
Plástico e orgânicos
No Brasil, os resíduos alimentares (orgânicos) são uma parte significativa dos resíduos domésticos (60%), no entanto, o descarte de plástico (30%) também está aumentando, especialmente nas regiões mais urbanizadas.
Segundo um estudo da Fundação Ellen MacArthur, se as tendências atuais continuarem, o volume anual de plástico despejado nos oceanos quase triplicará, passando de 11 milhões de toneladas em 2016 para 29 milhões em 2040.
A quantidade total de plástico nos oceanos quadruplicará, chegando a mais de 600 milhões de toneladas — o que nos coloca a caminho de um cenário em que haverá mais plástico do que peixes nos oceanos até 2050.
Essas descobertas são apresentadas em um contexto alarmante no relatório, que destaca a escala global do descarte descontrolado de resíduos.
Mundialmente, mais de dois em cada cinco indivíduos (41%) descartam seus resíduos de forma inadequada, enquanto apenas um terço (33%) das famílias separa seus resíduos e os têm coletados. Cerca de 14% das famílias no mundo relataram queimar seus resíduos como forma de descarte.