Confira entrevista com Humberto Henrique, candidato a prefeito de Maringá pelo PT
Maringa.Com realiza uma série de entrevistas com todos candidatos abordando temas como segurança, cultura, mobilidade urbana, entre outros.
Com as Eleições Municipais se aproximando, o Maringa.Com realiza uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Maringá abordando diferentes temas como segurança, cultura, mobilidade urbana e os principais desafios da gestão municipal.
Considerando a ordem alfabética dos cinco candidatos, o terceiro entrevistado é Humberto Henrique. O candidato disputa a Prefeitura de Maringá com o apoio de duas federações; a primeira formada pelo PT, PC do B e Partido Verde; e a segunda composta pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL. A vice será a advogada Brenda Silveira, da Rede.
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As eleições municipais ocorrerão em todo o Brasil, exceto o Distrito Federal e o arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, para definir os próximos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
O primeiro turno do pleito será realizado no dia 6 de outubro e, caso necessário, o segundo turno está previsto para 27 de outubro. As votações serão abertas a partir das 8h e encerram às 17h, considerando o horário oficial de Brasília.
Confira, a seguir, as respostas do candidato Humberto Henrique.
A violência no centro de Maringá tem sido uma grande preocupação dos moradores. Como seria possível garantir maior segurança pública na região?
Em relação a violência no centro de Maringá, no nosso plano de segurança nós vamos ampliar o número efetivo de guardas municipais de 162 para 200 e também vamos fazer a descentralização dos serviços da guarda.
Vamos criar sete unidades da Guarda Cidadã que serão localizadas em regiões estratégicas da cidade, uma no distrito de Iguatemi, outra em Floriano e uma exatamente ali na praça Raposo Tavares, no centro, para que possa dar conta de fazer um patrulhamento ostensivo e ter uma presença maior para dar mais segurança para nossa população.
Além, é claro, de fazer todos os esforços e cobrar para que o governo do estado também faça sua parte.
Quais iniciativas de assistência social poderiam ser adotadas para amenizar o número de moradores de rua em Maringá?
É bom dizer que a responsabilidade não é só da assistência social, ela pode estar sendo a coordenadora das ações, mas é necessário que se faça uma rede de atendimentos com vários profissionais, em todas as áreas, incluindo saúde, que envolve a questão da saúde mental; envolve serviços públicos para dar uma condição melhor para essas pessoas que estão em situação de rua; envolve questão de infraestrutura por que essas pessoas não tem banheiro, não tem acesso a nenhum outro equipamento para que possam cuidar da sua higiene.
Nós queremos fazer um trabalho que de fato faça o enfrentamento a essa situação. Para que possamos fazer a abordagem, acolhimento em ação junto com entidades empresariais, inclusive o Sivamar já se colocou à disposição para nos ajudar para que a gente possa fazer um grande trabalho de acolhimento e encaminhamento para que elas possam ser reinseridas na sociedade, alguns possam fazer capacitação profissional, possam estar aptas para o mercado de trabalho.
Nós vamos ter um programa muito amplo de enfrentamento a essa situação para que a gente possa resolver de vez esse problema que temos em Maringá. Não vamos resolver 100%, mas com certeza a gente vai diminuir muito as pessoas em situação de risco, de rua, e dar mais dignidade para elas.
Além do setor cervejeiro, que outros potenciais turísticos de Maringá poderiam ser explorados para atrair mais visitantes?
Pretendemos, na área de esportes e lazer, realizar uma maratona nova na cidade, que é um desejo dos corredores, dos clubes de corrida, e também duas meias maratonas. Também precisamos valorizar nossos pontos turísticos. Vamos fazer um projeto chamado "Novo Parque do Ingá" que consiste em recuperar o lago, transformar ele novamente em um local de visitação e de interesse da população, deixá-lo atraente para entretenimento, lazer, mas também para contemplação da natureza.
Acredito que temos outros parques que podemos estar trabalhando isso. Também queremos fazer parcerias com as entidades do setor, vamos fazer uma gestão participativa e queremos muito ouvir o setor de turismo para que a gente possa criar mais ações que ampliem o turismo da cidade e consequentemente gere riqueza, renda e emprego fazendo nossa cidade se desenvolver cada vez mais.
As atividades culturais têm se intensificado na cidade durante os últimos anos. Há algum projeto que vise a ampliação do setor ou que promova maior incentivo às manifestações artísticas de Maringá?
Nossa cidade é muito rica culturalmente, temos muitos agentes culturais preparados e que necessitam de espaço, ainda querem trabalhar na área. Nós pretendemos fazer com que aumente os editais, trazer mais recursos do governo federal como a lei Valdir Blanc.
Também queremos ampliar o acesso à cultura para toda população. Nossa proposta é fazer com que haja atividades culturais de forma permanente em todos os bairros da cidade, levar cultura para os bairros, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.
Vamos ter parcerias com agentes e também criar novos centros culturais, hoje nós só temos o CAC e a Sucena, que é de capoeira. Em Londrina, por exemplo, tem mais de 90. Queremos realizar convênios e parcerias com as entidades culturais para que se mantenham e possam levar o acesso à cultura a todas as regiões da cidade.
O transporte público de Maringá é alvo de críticas constantes referentes aos preços e itinerários. Como a Prefeitura poderia influenciar ou mudar a qualidade do serviço prestado pela TCCC, visto que é a única empresa disponível na cidade?
Para tornar o transporte coletivo mais atraente, nós precisamos fazer com que haja, de imediato, uma redução da tarifa. Para reduzir a tarifa nós vamos propor uma repactuação do contrato com a Transporte Coletivo Cidade Canção.
Atualmente a tarifa é calculada com base no índice de passageiros, mas o justo e correto seria calcular com base no quilômetro rodado. Para se ter uma ideia, em Araucária, no ano de 2022, fizeram essa repactuação e a tarifa caiu de R$ 4,90 para R$ 1,25.
Pretendemos fazer isso em Maringá também para que criemos condições para ter a tarifa zero, mas também precisamos fazer outras ações de intervenção para que o transporte possa ser ágil e de qualidade. Para isso, vamos ter os terminais regionais nos bairros, criar caixas e corredores exclusivos para priorizarmos o transporte coletivo.
Quais obras ou reformas públicas serão priorizadas em seu possível mandato? Há algum projeto em mente?
Temos garantidos os recursos federais para construir uma boa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na Zona Leste da cidade para desafogar a UPA Zona Norte. Também pretendemos reformar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para torná-las mais humanizadas e dar mais dignidade aos pacientes e, claro, construir novas UBSs de acordo com as demandas regionais.
Vamos construir, ampliar e reformar nossos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e escolas para que a gente possa ampliar o número de vagas, tanto das creches como das pré-escolas, inclusive dando a opção de meio período e período integral.
Pretendemos fazer uma duplicação no Contorno Sul, precisamos resolver esse problema. Existem várias vias que precisam ser feitas seu prolongamento, como a João Pereira, próximo ao Catuaí, a ligação com Sarandi e tantas outras avenidas que precisam de melhorias para tornar o trânsito da cidade mais eficiente.
Vamos trabalhar sempre no sentido de realizar obras que sejam úteis para nossa população e com o orçamento participativo, vamos ouvir as demandas da comunidade.
A mobilidade urbana sustentável tem sido um dos grandes destaques de Maringá. Há previsão para ampliação de malhas cicloviárias ou novos projetos que priorizem uma locomoção menos poluente?
Vamos sim ampliar as malhas cicloviárias, precisamos ter um trabalho de inteligência e engenharia de tráfego para que a gente possa ter essas vias, mas que dê segurança ao usuário de um destino a outro e principalmente quando vai atravessar avenidas movimentadas.
Temos que pensar um modelo de ciclovia que traga segurança e tranquilidade ao ciclista. Também queremos ampliar a educação e conscientização no trânsito para que haja um respeito maior ao pedestre, mas principalmente queremos priorizar o transporte de massa.
Como disse sobre o transporte coletivo, queremos reduzir a tarifa num primeiro momento, mas vamos implantar a tarifa zero. Para promover o uso, queremos que os itinerários sejam mais rápidos, dando mais dignidade ao usuário. As pessoas vão deixar os seus carros em casa, vai diminuir a poluição do ar, menos acidentes… Vai melhorar o trânsito com certeza.
Na sua opinião, caso eleito, qual será o principal desafio a ser enfrentado durante a administração de Maringá?
Acredito que o principal desafio a ser enfrentado hoje é a falta de segurança. Há muitas reclamações sobre pessoas em situação de rua pela cidade. Outra reclamação constante que tenho ouvido nas ruas é a de que essa gestão não tem olhado para os bairros.
Nosso desafio é fazer com que a política pública aconteça no bairro, onde a pessoa vive e mora. É no posto de saúde da região que temos que disponibilizar a consulta especializada e o remédio na farmácia. É lá que precisamos de vagas na creche e na escola, é lá no bairro que precisamos dar assistência e garantir segurança, que precisamos recapear as ruas e manter o ambiente limpo e agradável com canteiros floridos.
Entendo que atualmente esse seja o maior desafio: fazer com que a política chegue aonde a pessoa precisar. E nós vamos cuidar bem de Maringá.