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Plano de manejo do Parque do Ingá será entregue em maio

A revisão do Plano de Manejo do Parque do Ingá, que fornece um diagnóstico completo sobre a unidade de conservação e as ações necessárias para que a área seja mantida dentro dos moldes adequados, deverá ficar pronto até maio deste ano.

O plano é uma exigência do Sistema Nacional das Unidades de Conservação e deve ser revisto a cada cinco anos. O do Parque do Ingá não era revisto há 12 anos.

O Plano de Manejo prevê ações para o uso público do Parque, através de zoneamento, recomendações para atender à legislação das unidades de conservação, conforme a secretária do Meio Ambiente e Agricultura, Lídia Maróstica: “O Plano define ações que deverão ser empreendidas para nortear o uso do Parque, definir as áreas de recuperação, as que podem ser utilizadas e as que devem ser preservadas com rigor.

É o Plano que dá as diretrizes para a manutenção do Parque como uma área de conservação”.

Com o longo intervalo sem revisão do Plano de Manejo, a administração do Parque realizou, no ano passado, revitalização que contemplou a reforma do Jardim Japonês e a implantação de placas de indentificação dos animais, que antes só eram identificados pelo nome.

O lago do Jardim Japonês, que estava seco, foi limpo, voltou a ter água e peixes.

A ponte foi recuperada e pintada.

Outra ação feita no local foi o controle dos cipós, que sufocam as árvores.

A gerente conta que se não forem bem controlados, os cipós chegam a abrir clareiras no meio da mata.

Anna Christina também conta que durante anos os animais do Parque não tiveram estrutura para se abrigar do frio.

O piso de cimento foi substituído por terra e folhas e as casas de cimento por madeira.

A valorização dos funcionários passou a ser um ítem primordial nesta administração.

A gerente do Parque conta que os servidores têm recebido treinamentos e, com isso, a auto-estima deles está melhor.

Além desses treinamentos, agora os funcionários do local também recebem alimentação pela manhã, e dispõem de uniforme e equipamentos de proteção para realizar seu trabalho.

Outra das modificações referente ao Parque do Ingá foi a construção de uma passarela que liga o histórico portão de acesso à Vila Operária ao lago, no interior do Parque.

A passarela facilita o acesso da população e especialmente dos alunos da Apae, que utilizam o parque para fazer atividades.

Por isso, a passarela foi dimensionada de maneira que cadeiras de rodas possam circular pelo local.

A segurança dos visitantes do Parque também aumentou.

Quatro guardas florestais que circulam de bicicleta no interior do local.

Pesquisas científicas foram outro fator contemplado pelas alterações no Parque do Ingá.

Anna Christina declara que os técnicos da Secretaria do Meio Ambiente desenvolveram vários projetos de pesquisa científica, em parceria com as instituições de ensino superior de Maringá.

A novidade foram os levantamentos das espécies de morcegos e répteis do Parque.

“Os morcegos são mamíferos dispersores de sementes, por isso quisemos saber quantas espécies estavam presentes no Parque do Ingá”, ressalta.

A bióloga conta, também, que entre morcegos e répteis, foram descobertas, inclusive, espécies não descritas no Paraná.

Para fazer o levantamento, os pesquisadores estão trabalhandono Parque durante a noite.

Outras pesquisas científicas são voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos animais em cativeiro, já que nessa situação eles ficam muito sedentários.

Anna Christina afirma que a preocupação é proporcionar aos animais comportamentos próximos aos naturais, de acordo com cada espécie.

Quando vivem em seu habitat natural, os animais passam o tempo em movimento, seja à procura de alimento, fugindo de predadores ou se acasalando.

Para menta que há várias técnicas para forçar os animais a se movimentarem.

Entre elas, mudar os recipientes, onde são servidos os alimentos para locais mais altos, alterar os poleiros, instalar “brinquedos” de madeiras ou colocar frutas dentro de um recipiente com água, por exemplo.

Outro estudo em andamento é o novo levantamento das espécies de aves do Parque do Ingá.

A atualização de um “censo” realizado nove anos atrás.

A identificação e a observação são feitas, em diferentes pontos, dentro e fora da unidade, com auxílio de binóculos.

“Descrevemos o comportamento, as características físicas, fotografamos e gravaremos os cantos dos pássaros”, diz a gerente.

Anna Christina destaca que os estudos científicos são importantes ferramentas de apoio para preservar e melhorar a estrutura do Parque.

Tanto para os animais, como para os visitantes.

“As pesquisas nos ajudam a oferecer melhores condições de vida aos animais, à preservação da vegetação e nos fornece informações acerca do manejo que terá que ser adotado”.

De acordo com a gerente do Parque e coordenadora do Plano de Manejo, Anna Christina Esper Faria, além dessas melhorias, também foi feita a reavaliação do habitat dos animais.

No caso das araras, por exemplo, os poleiros, que eram de metal, foram trocados por poleiros de madeira.

"Adequamos os recintos dos animais para que eles se pareçam ao máximo possível com o habitat natural.

A qualidade de vida desses animais é muito importante”, revela a gerente.

As placas, que contêm o nome científico, o nome popular, o local de origem, o tipo de alimentação, o período de gestação e se a espécie corre risco de extinção também são novidades no Parque, que também fornece informações sobre medidas de preservação do ambiente, ecologia, o histórico, a dimensão, as espécies da flora e fauna do local.

Os visitantes também conhecem o comportamento e hábitos alimentares dos animais.

De acordo com o Plano de Manejo os animais do Parque, mesmo com as melhorias realizadas nos recintos, ainda estão em espaço inadequado.

O grupo que está elaborando a revisão, composto por 30 profissionais, defende que o ideal para a qualidade de vida dos animais é a destinação para um novo espaço.

O ideal é que os 200 animais que vivem em cativeiro sejam destinados pelo Ibama para locais onde tenham um par, para propiciar a reprodução.

“O espaço do Parque é pequeno e é inviável manter o zoológico no local, pois para isso seria necessário devastar área verde, o que não é possível”, destaca a gerente.

Anna Christina ressalta, porém, que esta é apenas uma possibilidade, uma vez que o mini zoológico do Parque só poderá ser desativado se os animais tiverem para onde ser remanejados.