CULTURA

‘Vestígios de Um Corpo’: abertura da exposição no Calil Haddad acontece nesta sexta (14)

Obras do artista Gustavo Barrionuevo foram desenvolvidas nos últimos três anos.

‘Vestígios de Um Corpo’: abertura da exposição no Calil Haddad acontece nesta sexta (14)
As obras poderão ser visitadas pelo público até o dia 7 de julho. - Foto: Gustavo Barrionuevo

Um artista passa a entender o próprio corpo a partir da performance drag e, por meio de extensa pesquisa, cria as obras de sua primeira exposição solo. ‘Vestígios de Um Corpo’, mostra de Gustavo Barrionuevo, abre nesta sexta-feira (14), às 19h, no Museu de História e Artes Hélenton Borba Côrtes, localizado no Teatro Calil Haddad. Com classificação livre, a entrada é gratuita e as obras estarão disponíveis para a visitação do público até o dia 7 de julho.

“Esta pesquisa sobre a pele e o corpo começou no final de 2019. Escolher o que mostrar e como mostrar pode ser difícil, mas minha relação com a Roberta Stubs, curadora da exposição, facilitou bastante esse processo de olhar a pesquisa de fora e pensar na melhor forma de apresentar esse conjunto de trabalhos em diversas linguagens”, afirma o artista.

A relação entre Gustavo e Roberta Stubs, professora, pesquisadora e artista, começou quando ele ainda estava na graduação de Artes Visuais na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Eu trabalho com o Gustavo há bastante tempo, desde 2017, pelo menos, quando orientei seu TCC e, desde então, nosso vínculo foi se estreitando”, diz a curadora, que também trabalhou com o artista na produção de outras exposições. “Ele já foi meu meu assessor de curadoria na exposição ‘Tempos de Opacidade’, por exemplo, quando trouxemos obra do acervo do MAC (Museu de Arte Contemporânea de Curitiba), e auxiliou na produção e expôs no circuito DOBRA, uma grande exposição que fizemos com um grupo de artistas aqui de Maringá”.

Segundo Roberta, o processo curatorial da ‘Vestígios do Corpo’, se deu de maneira estendida através dos anos e, em determinado momento, virtualmente durante o período em que esteve dedicada a seu pós-doutorado em Madri, na Espanha. “Fizemos conversas online, com ele sempre me mandando fotos dos trabalhos. Quando eu voltei, há um mês, fiz uma visita, onde vi todo o conjunto da obra, e decidimos quais iam entrar”, explica.

Trabalhos foram desenvolvidos a partir de uma pesquisa iniciada em 2019. Créditos: Gustavo Barrionuevo

Graças a esses vários anos de convivência, a pesquisadora viu o artista evoluir e amadurecer ao longo do tempo até alcançar a qualidade dos trabalhos de sua primeira exposição solo. “[As obras] provocam nossa sensibilidade, olhar, pensamento, e também instauram questões e dúvidas em um nível institucional, de sistema da arte e de como os trabalhos circulam dentro dele, como algumas obras podem ou não ser absorvidas”.

O corpo como objeto de estudo e desenvolvimento de arte chegou para Gustavo, também mestre em Educação pela UEM, por meio da sua sexualidade, atravessamentos como homem gay e performance drag, que desenvolveu como linguagem artística entre 2017 e 2021.

“Uma parte importante dessa experiência com a drag se deu pela minha participação na Haus of X, um coletivo de artistas transformistas de Maringá, o que mudou a minha relação com meu próprio corpo. Na performance, esse é seu primeiro recurso, é ele que está exposto, e essa relação me acompanha quando começo a desenvolver outros trabalhos e me interesso por partes específicas do corpo, como a pele, os pelos ou o sangue”, explica.

Segundo ele, é uma grande responsabilidade expor sozinho pela primeira vez. “Não posso negar que estou ansioso para mostrar os trabalhos, mas estou muito feliz com o que estou apresentando”.

Serviço

Exposição ‘Vestígios de Um Corpo’
Abertura: 14 de junho, às 19h
Período para visitação: 15 de junho - 7 de julho de 2024
Local: Museu de História e Artes Hélenton Borba Côrtes, Teatro Calil Haddad - Av. Dr Luiz Teixeira Mendes, 2500

Maringa.Com
Por Vanessa Santa Rosa