Vigilantes do Grupo de Defesa Ambiental – GDA estão fiscalizando os córregos de Maringá para autuar pessoas que estejam poluindo os locais. O grupo atua em turnos de 12 horas e, em breve, trabalhará 24 horas. Poluidores de fundos de vale poderão, inclusive, ser presos ao jogar lixo em córregos e ribeirões. O GDA conta com apoio das polícias Militar e Civil para a fiscalização contínua nas 17 regiões hidrográficas do município.De acordo com o gerente de Recursos Hídricos da Prefeitura, Carlos Augusto Campêlo Lopes, em 2006 foram realizadas sete limpezas em córregos, quando foram retiradas cerca de 300 toneladas de lixo: “Mesmo assim, as pessoas voltam e poluem de novo”. Para evitar essa prática, poluidores poderão ser presos se forem flagrados jogando resíduos nos locais. Foi realizado, também no ano passado, um estudo das bacias hidrográficas do município e o diagnóstico é preocupante: todas estão poluídas, portanto inservíveis para a utilização e consumo de homens ou animais. Durante os mutirões de limpeza foram retirados resíduos altamente poluentes como baterias de celulares, pilhas comuns, materiais de marcenaria, telhas de zinco e de cimento - amianto, materiais odontológicos, seringas descartáveis, entre outros tipos de objetos: “Além dos resíduos orgânicos, esses outros resíduos contêm materiais pesados, como alumínio, arsênio, cádmio, cobalto, cromo, fósforo amarelo, mercúrio, níquel, amianto, etc”.O problema maior é a veiculação desses materiais pela água.
Muitos hortifrutigranjeiros utilizam os córregos para irrigar lavouras e terminam por contaminar os alimentos. “No longo prazo a ingestão dessas substâncias pode causar doenças graves e até a morte”, destaca o gerente. Segundo a Organização Mundial da Saúde 80% dos óbitos registrados em todo o mundo são provenientes de doenças adquiridas por veiculação hídrica. Lopes destaca que o volume de água na Terra é de 750 milhões de quilômetros cúbicos: “Esse volume nunca altera. O que altera é a qualidade da água”.Para colocar em prática a ação, foram fixadas placas de advertência nos fundos de vale, alertando sobre as leis punitivas para combate de crimes de poluição ambiental. A fiscalização se baseará no artigo 23, inciso 6 da Constituição Federal; artigo 225, inciso 6, parágrafo 3º da Constituição Federal; Lei federal 9605 de 12 de fevereiro de 1998, artigo 54 parágrafo 2º. Também devem continuar os mutirões de limpeza. A população também pode denunciar poluição nos fundos de vale através do telefone 156.Informações com o gerente de Recursos Hídricos, Carlos Augusto Campêlo Lopes, pelo telefone 9118-3467.